A inflação dos preços dos alimentos tem se intensificado cada vez mais no último período e tem feito com que muitos brasileiros tenham deixado de comprar diversos alimentos. A população assiste espantada todo dia a sequência de aumentos que atingem itens essenciais na vida do brasileiro.
Nesse sentido, a partir da análise de mais de 35 milhões de notas fiscais dos últimos 12 meses a plataforma Cesta de Consumo HORUS/FGV IBRE estabeleceu um padrão de incidência de itens da cesta básica de consumo, e pelas próprias palavras da diretora de negócios da empresa, Luiza Zacarias, “A inflação está muito difusa, muito espalhada nos produtos. Vai ficando uma situação difícil para o consumidor, porque vai atingindo aqueles produtos mais básicos. Está tudo muito caro”.
Nessa pesquisa, dados referentes a dois itens da cesta básica chamaram a atenção, o leite e o óleo, que desapareceram de 1,7% e 1,1% dos carrinhos do brasileiro no período apurado, respectivamente. Como consequência desse cenário de inflação, um outro fenômeno tem se intensificado nas cidades brasileiras, a estocagem de produtos por aqueles que tem uma condição para fazer isso. Ou seja, uma pequena parcela da população brasileira tem comprado maiores quantidades de determinados produtos para se prevenir das altas inflacionárias.
Por outro lado, os que não conseguem estocar produtos e nem mesmo adquirir itens básicos da cesta de consumo mensal ficam a mercê das altas inflacionárias. Esses, para ser mais claro, são a maioria da população brasileira, que tem assistido o festival de aumento de preços em itens como farinha de mandioca (kg), 102,4% de aumento no último ano, o açúcar (kg) 77,68% e o frago (kg) 45,60%, segundo dados divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) no final de 2021.
Além de tudo isso, a situação tende a piorar ainda mais, tendo em vista que nas últimas semanas houve um reajuste de 8,9% no preço do diesel. A perspectiva é que esse aumento atinja o preços de legumes, verduras e frutas em cerca de 10%, segundo análise do presidente da Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento (Abracen), Eder Eduardo Bublitz.
Para Bublitz, um frete de Juazeiro à Curitiba por exemplo, que antes estava cotado em cerca de 7,5 mil reais, está em torno de 9 mil reais agora.
O governo golpista de Bolsonaro nada nada tem feito para mudar essa realidade, e aqueles que se dizem a oposição, os partidos tidos de esquerda, não tem nem denunciado essa situação e muito menos cobrado planos econômicos que possam reverter ou pelo menos amenizar o que está acontecendo.
É urgente a necessidade de denunciar o que está acontecendo, organizar a população e atuar de forma direta, através de manifestações e greves nessa situação. Atuações parlamentares ou “a frio”, nesse momento só vão aprofundar essa catástrofe social.