Uma matéria do jornal O Petróleo, destaca que as previsões do governo para o desempenho da economia neste ano estão bastante otimistas. A pesquisadora Juliana Damasceno, diz que há duvidas da recuperação da demanda comparado ao nível de desemprego.
Enquanto alguns setores apresentam desempenho favorável, outros apresentam situações muito desfavoráveis, como o setor automotivo, que repercute para toda a cadeia produtiva.
Coloca ainda o problema de que não se sabe se a medição da economia pelo comportamento da demanda funcione bem, considerando que o nível de desemprego é elevado e ainda o fato de que a maioria dos empregos agora são de autônomos.
As expectativas de resultado do PIB mudam muito em pouco tempo e ainda há divergência quanto ao número. Variam de 4,7% a 6,4 % de queda neste ano. São muitas incertezas.
Quando analisamos a economia desde a crise financeira de 2008, onde as empresas para continuarem ativas recorreram ao crédito como salvação criou outra bolha financeira que a pandemia do vírus corona antecipou o estouro.
Sem que se recuperasse da primeira crise, que representava a crise do sistema capitalista em estágio bem avançado, tivemos outras duas crises, que somadas, criaram uma situação catastrófica para o sistema. A necessidade de isolamento social fez com que o comércio retraísse ainda mais, no sistema interno e em nível global, reduzindo drasticamente as importações e exportações tanto de matérias primas, como de consumo geral.
Soma-se ainda que não foram tomadas políticas de recuperação econômica em nenhum país, em parte porque os estados nacionais estão com o endividamento muito elevado, impedindo os gastos com a recuperação, e por outro lado a política vigente na maioria dos países é o neoliberalismo, cuja característica principal é a redução do estado na economia, com privatizações em larga escala, fim dos benefícios sociais que juntos reduzem o consumo e provocam falências generalizadas e principalmente desemprego em massa.
Sem expectativas de vender as empresas produzem menos, gerando mais desemprego e falências. Um circulo vicioso que nos leva cada vez mais para o fundo do poço.
Diante desse quadro, a burguesia tem como único recurso falar que tudo está bem, tudo vai passar, tentando usar peneira para tapar o sol. Iludindo o povo com falsas promessas, quando as crises não tem prazo para acabar.
Com tamanho desemprego, pra quem essa burguesia espera vender seus produtos? Evidente que eles ainda não sabem como resolver o problema. Mas não abrem mão de seus ganhos exorbitantes, os preços não baixam, os salários não aumentam, e abrem o isolamento colocando a vida de milhões de trabalhadores em risco com a pandemia. Quanto a isso não tem nenhum remorso. Os 1% mais ricos continuam aumentando seus ganhos, enquanto os trabalhadores perdem o emprego, morrem de fome e de contaminação pelo vírus.
Não adotam a política de redução da jornada de trabalho sem redução do salário, empregando mais trabalhadores, o que faria melhorar o nível de consumo. Mas o governo de imediato liberou mais de 1 trilhão para empresas e bancos, e a miséria de 600 reais para o povo, que não paga nem o aluguel da moradia.
O governo só pensa em salvar os empresários, com todos recursos que puder dar, e ao mesmo tempo tira do povo o pouco que tem para sobreviver. É a política do Robin Hood ao contrário, tira dos pobres para dar aos ricos.
O capitalismo dá sinais claros que chegou ao fim da linha, está por um fio na UTI, portanto é hora dos trabalhadores se unirem, forçar suas lideranças a saírem às ruas e lutarem por melhores condições de vida. E isso só acontecerá com o fim do capitalismo e a implantação do governo operário.