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Arrocho

2022, o ano em que o salário não vai dar para nada

Alta da inflação, dos aluguéis, do IPTU, do IPVA, dos planos de saúde, dos combustíveis, da energia elétrica, do gás, do dólar e da falta de água

boys take water on a street of kibera, nairobi, kenya.

O relatório Focus, do Banco Central, traz a avaliação de que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) chegou a crescer 10,02% em 2021, com previsão de continuar em alta em 2022 em torno de 5,03%. A inflação já corroeu os salários em 2021 e continuará assim em 2022.

O índice apurado pela Fundação Getúlio Vargas, o IGP-M, que serve de base para corrigir os aluguéis, segundo a fundação, teve aumento em 2021 de 17,78% e continuará em alta em 2022 com previsão de alta de 5,49%.

O IPTU segue a mesma tendência de alta, recentemente a Câmara Municipal de São Paulo aprovou projeto que corrige o IPTU pela inflação até 2024, com teto de 10%. Isso significa que se a inflação for superior a 10%, o reajuste será de 10%. 

O valor do IPTU era calculado pelo preço de venda aproximado do imóvel multiplicado pela alíquota adotada pelo município, que era entre 1% e 1,5%, portanto muito inferior ao índice de inflação. Assim, o proprietário irá pagar umas 10 vezes mais que pelo sistema anterior.

Também o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) vai subir em 2022, acompanhando o aumento do preço dos veículos novos e usados. A alíquota sobre o preço de venda do veículo, tabela Fipe, em São Paulo é de 4%. Como os preços dos veículos aumentaram, o IPVA será maior em 2022.

E não para por aí, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) diz que o reajuste médio nas contas de luz em 2022 deverá ser de 21,04%. Com a pior crise hídrica em 91 anos, o governo acionou as usinas termelétricas para garantir o fornecimento de energia. Essas usinas funcionam com combustível derivado do petróleo, o que torna a produção ainda mais cara.

As famílias de baixa renda, pelo menos, continuam pagando a tarifa verde, que também é elevada, já os demais consumidores estarão com a bandeira criada o ano passado ainda mais cara que a vermelha, é a bandeira de escassez hídrica,  com custo extra de R$ 14,20 a cada 100 kWh.

Ainda temos os combustíveis, a gasolina em 2021 acumulou aumentos de 73,4%, o diesel acumulou aumento de 65,3%. Como o governo indexou o preço ao mercado internacional, e também ao valor do dólar, são duas variáveis que afetam o preço dos combustíveis, e na situação atual, estão em alta as duas variáveis. E por sua vez afetam a inflação.

O dólar fechou o ano em R$ 5,58 e as previsões do Banco Central é que termine 2022 em R$ 5,55, muito próximo ao valor atual.

Com essa política de aumento dos combustíveis, os estados e municípios devem aumentar o preço das tarifas de transportes. O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), já anunciou que só não aumentará as tarifas de transportes se os preços do diesel recuarem a valores anteriores à pandemia, em 2020, que era em torno de R$ 4,00 e hoje está em torno de R$ 5,61.

Com a inflação em alta, o Comitê de Política Econômica (Copom), anuncia que a taxa básica de juros, a Selic, continuará subindo e deverá chegar ao final de 2022 em 11,5%. Ela fechou o ano de 2021 em 9,25%. 

As elevações da Selic pretendem encarecer o crédito e reduzir o consumo das famílias. Justamente quando a economia precisa ser aquecida, por meio do aumento do volume de compras, com as famílias precisando aumentar o volume de dinheiro, essa política age em sentido contrário, piorando ainda mais a situação da economia e principalmente das famílias, dos trabalhadores.

A quase totalidade das instituições de ensino particulares já sinalizam intenção de aumentar o valor da mensalidade entre 7% e 12%.

Os planos de saúde devem seguir a mesma lógica, de aumento dos preços, já que os atendimentos estão voltando a ocorrer com a redução da pandemia graças à vacinação, conforme matéria do jornal golpista O Globo G1.

Os dados são catastróficos, um verdadeiro apocalipse para a classe trabalhadora, como sempre ocorre nas crises do capitalismo. Nas crises aumenta a transferência de dinheiro dos trabalhadores para os capitalistas, pela inflação, pelo rebaixamento dos salários, pelo desemprego, redução dos benefícios sociais, aumento dos impostos, etc.

Como as coisas pioram para os trabalhadores, quem ganha são os empresários, capitalistas e imperialistas, sendo que quem produz a riqueza, em forma de mercadoria, são os trabalhadores que ficam com muito pouco do que produzem.

Isso faz lembrar, acho que Marx, que o capitalismo é um sistema que acumula uma quantidade enorme de riquezas de um lado e do outro uma quantidade igualmente enorme de miséria e fome. De um lado estão os capitalistas e do outro a classe mais numerosa, os trabalhadores. É fácil distinguir quem está de um lado e quem está do outro.

Os trabalhadores, desde o golpe de Estado em 2016, já perderam muito, como redução de salários, perda de emprego, de direitos trabalhistas e previdenciários e a própria vida com a pandemia. Para o ano que se inicia, há a previsão sombria de ver seus salários corroídos pela inflação, aumento dos impostos, dos combustíveis, do transporte etc.

É uma situação que vai levar inevitavelmente os trabalhadores a uma situação de exclusão social, sem previsão das consequências disso. A exclusão dos trabalhadores do processo produtivo traz em si o aumento da fome e miséria que já estão em níveis bastante elevados.

Pessoas tendo que entrar na fila de ossos, de pé de galinha, de restos de carne que seriam descartados no lixo enquanto que os milionários engordam suas rendas no mercado financeiro em especulações infindáveis com a cooperação do Estado burguês.

Não demora muito os saques a supermercados serão correntes no país inteiro como única forma de garantir a própria sobrevivência e da família. É o que se pode esperar das pessoas acometidas de fome intensa e por ver os filhos e os pais na mesma situação sem que possa ter como resolver isso. Só com emprego pode voltar a se alimentar minimamente.

Contra a opressão imposta pelo estado com auxílio do seu braço armado, as polícias e forças armadas, é preciso que os trabalhadores ocupem as ruas até a vitória final, colocando abaixo esse regime de escravidão, de fome e miséria.

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