No final do ano, as vendas do comércio costumavam sofrer aquecimento por causa das festas de Natal e Ano Novo. Com o aprofundamento da crise que vem desde 2008 e agravada pela pandemia em 2020, esse efeito, que é estimulado pelo recebimento do 13º salário, vem se reduzindo fortemente.
Um estudo da Confederação Nacional do Comércio (CNC) em 2020 estimava que o impacto do 13º salário na economia seria de R$208 bilhões, este valor já seria 3,5% menor que o ocorrido no ano anterior de 2019. Descontando a inflação altíssima naquele ano, o impacto foi maior, indo para 5,4% de redução em relação ao ano anterior. Para este ano ainda não há dados disponíveis, mas devem seguir a mesma tendência com a inflação ainda em alta, conforme matéria do jornal O Povo.
Segundo especialistas, o aumento das vendas de final deste ano deve ser bastante reduzido, uma vez que a inflação alta pesa muito para as populações de baixa renda, principalmente na alta dos alimentos básicos.
O grau de endividamento da população também está elevado, e assim a tendência é que irão preferir pagar as dívidas ou fazer a renegociação delas e com isso irão consumir menos.
O fim do pagamento do auxílio emergencial no mês passado, trabalhadores que não conseguiram um novo emprego, o desemprego em níveis bastante elevados piora muito a situação para o povo e para a economia.
E ainda temos que as reduções de jornada com redução do salário, as suspensões do contrato de trabalho por causa da pandemia tem como efeito a redução do valor do 13º salário que será pago aos trabalhadores. E com isso menos dinheiro será destinado às compras.
A situação de depressão por que passa a economia nacional e mundial, traz como consequência para os trabalhadores a perda de renda, do emprego e dos benefícios sociais. Isso faz com que a miséria se espalhe por essa classe social de forma ampla e generalizada, afetando mulheres, crianças, idosos, gerando um mar de pobreza gigantesco.
Em contrapartida a classe burguesa continua desfrutando de aumento da renda, já bastante robusta, de todos os bens produzidos, como viagens de turismo por todo o planeta, carros luxuosos, alimentação de excelente qualidade e na quantidade que quiserem, até com desperdícios enormes.
Enquanto uma minoria vive no luxo e riqueza, a grande maioria da população sofre com a fome, miséria, doença sem atendimento hospitalar, sem emprego, sem vacina etc. num completo abandono por parte do estado burguês.
A situação da economia é tão grave que ninguém consegue enxergar uma luz no final do túnel, o mesmo ocorre com a pandemia. Com isso os trabalhadores conseguirão apenas pagar as dívidas e no máximo fazer uma feira com o dinheiro do 13º salário.
Isso é um verdadeiro escárnio com os trabalhadores, que produzem toda a riqueza do país e não conseguem usufruir em quase nada do que produzem. Produzem a riqueza que é apropriada pela burguesia e deixaram apenas migalhas para eles.
Por isso, para acabar com toda miséria dos trabalhadores, eles devem ocupar as ruas, engrossando as fileiras do bloco vermelho, pelo fim do governo genocida da burguesia, por melhores salários e empregos e por um governo operário.