Presentes de forma isolada em manifestações anteriores, cabos eleitorais do PDT eram vistos de forma mais organizada neste sábado em Porto Alegre. Com camisetas em alusão à candidatura do coronel Ciro Gomes (PDT), os golpistas buscavam fazer um contraponto às muitas faixas e camisetas que pediam Lula presidente.
Foi nesse clima que o caldo entornou quando a deputada estadual Juliana Brizola (PDT) subiu ao carro de som. Segundo a revista IstoÉ Dinheiro “Ela iniciou o discurso pregando a união apesar das diferenças entre os partidos, mas na parte de baixo, militantes do PCO a xingavam e faziam gestos obscenos contra a parlamentar. Logo após a deputada entregar o microfone, um militante do PCO tomou a palavra, puxou um jingle de campanhas de Lula, o que causou reação negativa de outras lideranças políticas.”
O bloco do PCO é composto por trabalhadores, como professores das redes estadual e federal, servidores, ecetistas, metalúrgicos e estudantes, que não aceitam partidos burgueses que apoiaram o processo-fraude do golpe de Estado contra a presidenta Dilma Roussef, partidos como a Rede Sustentabilidade, o PDT, o PSB, o PV, e que são responsáveis pela espoliação do Brasil pelos capitalistas estrangeiros, pelo esfolamento dos trabalhadores brasileiros desde o golpe de 2016.
Estes partidos compõem a ala golpista enrustida do país. Ao lado de Jair Bolsonaro e outras figuras execráveis, vêm pisoteando na cabeça de mais de 210 milhões de brasileiros neste processo brutal de aniquilação dos direitos, serviços e assistência social que veio como consequência direta do golpe de Estado.
Um exemplo disso é o companheiro Luiz Delvair, candidato a prefeito pelo Partido da Causa Operária em 2018, Delvair é ecetista e foi demitido dos Correios após a realização de uma greve, com isso foi obrigado a catar lixo reciclável para sobreviver. De autoria do então vereador Sebastião Melo (PMDB), a Lei das Carroças foi aprovada na gestão de José Fortunati (PDT) e começou a ser aplicada em setembro de 2013, proibindo desde então a circulação de Veículos de Tração Animal (VTA), movidos pela força de cavalos. Embora inicialmente buscasse proibir os VTA nas ruas da Capital, sob o argumento da proteção aos animais, após uma modificação, a lei passou a incluir os Veículos de Tração Humana (VTH), os chamados carrinhos, que são empurrados pela força dos próprios catadores.
O companheiro Delvair foi um dos fundadores da coperativa de catadores de Porto Alegre, ajudou a organizar os mais de 3.000 mil catadores que foram jogados na marginalidade pelo projeto de lei de Sebastião Melo, o BolsoMelo, de quem Juliana Brizola foi vice candidata a prefeitura um ano depois. O PL foi implementado por Fortunati do próprio PDT. Na época, a lei foi apelidada de Lei da Fome, pois jogava às margens da sociedade aqueles que já estavam em uma situação difícil.
Não por acaso, são partidos colaboradores da PEC da Morte, da Reforma Trabalhista, da Reforma da Previdência, da privatização da Eletrobrás, da privatização dos Correios e até mesmo da privatização da água (Marco Legal do Saneamento), que abriu as brechas para o processo de venda da Corsan.
Estes partidos dão sustentação a toda a agenda neoliberal e entreguista dos governos ilegítimos de Michel Temer e de Jair Bolsonaro. Não são inimigos do Bolsonaro, seus representantes são sim inimigos do povo trabalhador brasileiro.
O bloco do PCO, composto por trabalhadores, não aceitará calado as intervenções destes golpistas infiltrados nos atos, porque o único objetivo destes partidos é colocar a mobilização popular a reboque da terceira via, que defende a mesma política de esmagamento dos trabalhadores. A prova disto é que estes partidos organizaram no último dia 12 os vexatórios “coxinhatos” em parceria com toda a base política que colocou Bolsonaro no poder, tais como BolsoLeite, BolsoDoria, Partido Novo e MBL.
Acusam o PCO de proferir insultos “machistas”, “misóginos” e outros adjetivos sem contexto nem testemunhas porque precisam encobrir o fato de que foram xingados de golpistas canalhas por trabalhadores presentes no ato, e destas acusações eles não podem se defender. O Partido da Causa Operária reitera que é totalmente legítima a manifestação verbal da revolta popular contra a infiltração da direita golpista na mobilização construída pela esquerda e pelo povo. Repudia as agressões físicas iniciadas pelos partidários do PDT e da REDE, que não aguentaram a pressão da voz dos manifestantes e perderam completamente a compostura. Não aceitaremos calados nenhuma calúnia ou tentativa de assédio proferidas contra os militantes do partido.