O jornal Tribuna de Minas evidencia, em recente reportagem divulgada, mais informações das consequências nefastas da terrível política neoliberal promovida pelo ilegítimo governo Bolsonaro. A matéria publicada se utiliza de dados obtidos em pesquisa realizada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) sobre o consumo do gás de cozinha desde o início de 2021 até o início de setembro. A cidade de Juiz de Fora, em Minas Gerais, demonstra em sua realidade local, um quadro ainda mais drástico do que o vivido em todo território nacional.
Com a diferença de um passo a mais rumo ao precipício da piora da qualidade de vida da imensa maioria da população: o aumento do preço do gás de cozinha no município, subiu em 27% nesse período, número maior do que o aumento do preço do gás de cozinha em comparação à média do País.
Participa dessa reportagem uma das milhões de sobreviventes desse Estado de penúria, Maria Aparecida de Souza, moradora do Bairro Santa Cruz, na cidade mineira. que relata o por quê – como diriam os defensores do “livre mercado” – “optou” por preparar sua alimentação diária em um improvisado fogão à lenha dentro de casa.
Disse Maria Aparecida de Souza:
“Ou você compra o gás ou você come,
porque está tudo caro.
Agora dá para cozinhar feijão, fazer um arroz, um café.
Mas o gás faz falta,
não é todo dia que a gente tem tempo de usar a lenha.”
A população trabalhadora, pobre, sofredora, das grandes e pequenas cidades se veem entre duas escolhas: ou compram o gás e passam fome ou colocam a própria vida, e a de seus familiares, em risco, com improvisos diversos para vencer essa briga diária, e ininterrupta, de adiar a fome.
Registros clínicos de pacientes com queimaduras adquiridas por acidentes decorrentes da falta de dinheiro suficiente para pagar um gás caríssimo são cada vez mais recorrentes no Brasil. Não só já houve registro de morte, de famílias inteiras com queimaduras graves, como também de incêndio de casas dessas pessoas que não têm como pagar um botijão de gás e, “ainda por cima”, poder ter o luxo de comer.
Famílias de pessoas trabalhadoras, onde o conceito de meritocracia é insondável, mera “história pra ´boy´ dormir”, se sacrificam de sol à sol, socadas em ônibus e “topics” abarrotadas nas grandes e médias cidades, para chegar em trabalhos exaustivos, precários, sem garantias… Têm elas agora o privilégio do benefício concedido pelo governo de destruição de tudo que é bom pro povo, de serem ainda mais estioladas também no horário do seu almoço,. Nas suas “duas horas de descanso”.