A prefeitura de São Paulo, comandada pelo conservador Ricardo Nunes, anunciou, no dia 25 de setembro, o encerramento da distribuição de marmitas para a população em situação de rua e pessoas que vivem de favor, em pensões ou moradores de ocupações. De forma abrupta e sem planejamento, o programa Cozinha Cidadã nem chegou a cumprir seu objetivo: a segurança alimentar e nutricional durante a pandemia em especial dos moradores de rua.
O programa Rede Cozinha Cidadã foi criado em abril de 2020. Com a pandemia e as medidas de restrição ao comércio e a circulação de pessoas nas ruas reduzidos, aumenta o número de desabrigados.
Em seu primeiro ano de operação o programa bateu a marca de 2,7 milhões de marmitas entregues. Com o agravamento da crise do Covid-19 em 2021, o projeto ampliou em 60% o número de restaurantes credenciados, aumentando assim o número de marmitas distribuídas de 7,5 para 10 mil por dia, de segunda a segunda incluindo feriados em 20 pontos da cidade.
Quem precisava não precisa mais?
Não, não é nada assim. O programa Cozinha Cidadã chegou a distribuir mais de 3 milhões de marmitas em seus 18 meses de operação. Embora a média diária seja por volta de 5.500, até abril deste ano a prefeitura chegou a distribuir 10 mil refeições por dia em sete subprefeituras da capital paulista.
Por um lado, os beneficiados pelo programa foram a população de rua (cerca de 60%) e pessoas em situação de vulnerabilidade social. Por outro lado, segundo estudos, 70% dos estabelecimentos cadastrado no programa só conseguiram manter o negócio graças aos 10 reais por unidade recebidos do Programa Cozinha Cidadã.
Mas para a cidade mais rica do Brasil e uma das 10 mais ricas do mundo, os números mencionados acima definitivamente não são suficientes. Os números de moradores de rua na cidade de São Paulo apontam para mais de 30 mil, 33 mil segundo o CadÚnico (Cadastro Único), enquanto que a pesquisa (censo do município) já apontavam em 2019, 25 mil moradores de rua na capital paulista. Na realidade, estes números devem ser muito maiores, pois o que se observa com a crise econômica agravada com a crise sanitária é a existência também de famílias entre os moradores de rua, compondo assim um novo elemento deste perfil.
Prefeitura leva a fome aos moradores de rua!
Nada a estranhar considerando que a prefeitura de São Paulo é aliada de Doria, afinal o atual prefeito de São Paulo Ricardo Nunes (MDB) era o vice do falecido Bruno Covas, também do PSDB. Seguindo a política do PSDB, Ricardo Nunes retira dos moradores de rua até mesmo o pouco que permite a sua sobrevivência.
Sendo assim não se pode considerar Bolsonaro o único instrumento de ação da burguesia. Bolsonaro ataca os trabalhadores a nível federal, e encontra pleno apoio de governadores e prefeitos que se encontram nesse mesmo tabuleiro no jogo da burguesia.
Para derrotar a burguesia de conjunto, é necessário impulsionar um governo dos trabalhadores.
É preciso fortalecer a campanha por Fora Bolsonaro e todos os golpistas. Por um governo operário com Lula presidente. Todos às ruas no 2 de outubro por Lula presidente!
