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Hoje em SP

Lotar o Vale do Anhangabaú contra a ditadura de Doria

Ato Fora Bolsonaro ocorre às 14h. Bloco Vermelho se concentrará às 13h no Theatro Municipal

Nesta terça-feira (07), a esquerda e os movimentos populares irão realizar um novo ato pelo Fora Bolsonaro, em conjunto com o tradicional ato do Grito dos Excluídos. Até o fechamento desta reportagem, ao menos 160 cidades já haviam confirmado manifestações em todo o território nacional.

Em São Paulo, como de costume, será realizado o principal ato do País. Ocorrerá às 14h no Vale do Anhangabaú. O Bloco Vermelho, organizado pelo PCO e pelos Comitês de Luta, irá se concentrar às 13h em frente ao Theatro Municipal.

Sabotagem de Doria a serviço de Bolsonaro

A manifestação ocorre no Anhangabaú porque João Doria proibiu que fosse realizada na Avenida Paulista. A desculpa é que os bolsonaristas teriam o direito de utilizar a via, uma vez que estaria em vigor um esquema de revezamento da avenida entre a direita e a esquerda.

O governo de São Paulo recuperou o acordo traiçoeiro feito entre Guilherme Boulos e a PM e a Justiça paulista ainda em meados de 2020. Na época, os movimentos sociais, encabeçados pelas torcidas organizadas, começavam a quebrar a paralisia da esquerda, que estava deixando as ruas livres para os fascistas promoverem atos golpistas. Inclusive, começava a haver enfrentamentos. Por isso Boulos saiu debaixo da cama e apareceu para “apaziguar” a situação, evitando que os trabalhadores colocassem os fascistas para correr com o acordo feito a quatro paredes: em uma semana a esquerda se manifestaria na avenida, e na outra seria a direita. Finalmente, Boulos voltou para debaixo da cama junto com seus aliados da frente ampla, e não fizeram nenhuma manifestação nos dias combinados para a esquerda. A direita, por sua vez, aproveitou para se organizar.

Rui chama para o 07/09 | Momentos da Análise Política na TV 247

Após entregar a Avenida Paulista para Bolsonaro neste dia 7, Doria foi além. Há duas semanas, anunciou que seria proibido todo e qualquer protesto contra Bolsonaro em todo o estado de São Paulo no 7 de setembro. Disse o governador tucano que os manifestantes teriam a oportunidade de sair às ruas no dia 12, data marcada pelo MBL (apêndice do PSDB) para fingir ser contra Bolsonaro.

O PCO difundiu uma nota oficial logo em seguida e a Campanha Fora Bolsonaro teve de se pronunciar em uma entrevista coletiva, anunciando acertadamente que manteria as manifestações, conforme havia sido decidido pelo movimento. Doria teve de recuar.

No entanto, na semana passada Doria decidiu comprovar de maneira definitiva que é um aliado de primeira hora de Bolsonaro quando se trata de atacar a esquerda. Em reunião que não podemos chamar de outra coisa senão de secreta, a PM impôs aos membros da direção do movimento uma ditadura sobre o ato no Anhangabaú.

Conforme o “acordo”, todos os manifestantes que comparecerem ao ato Fora Bolsonaro serão revistados individualmente pela polícia. Não será permitido levar mastro de bandeira nem de cartaz, objetos de percussão ou mesmo latas (!). O pretexto, nobre como sempre, é proteger a segurança dos manifestantes. Segundo o governo do estado, a manifestação bolsonarista na Avenida Paulista também terá o mesmo esquema de segurança. Mas todos sabem que a PM é bolsonarista e dentre os bolsonaristas na Avenida Paulista estarão muitos PMs, policiais de outras corporações e militares. Não haverá problema algum para eles. Para a esquerda, no entanto, foi estabelecida por Doria uma verdadeira ditadura policial, a fim de impedir a manifestação. Na reunião, a PM chegou a ameaçar os membros do movimento Fora Bolsonaro para que não permitissem às pessoas expressarem livremente suas opiniões. “Cuidado com o que irão falar”, disse um agente da polícia.

Isso é simplesmente inadmissível. O PCO publicou, ao saber da decisão, uma nova nota oficial denunciando a arbitrariedade e manifestando que seus militantes não irão aceitar nenhum tipo de revista da PM e proibição de materiais.

“Não precisamos e não aceitamos a “segurança” da PM. As organizações presentes são perfeitamente capazes de fazer a segurança dos atos e defender os participantes, ao contrário do que fará a PM bolsonarista de Doria. PM, para nós, não é segurança, é repressão!”, diz a nota.

O PCO irá levar todos os seus materiais, como bandeiras, faixas, cartazes, a bateria Zumbi dos Palmares e não serão os bolsonaristas fardados de João Doria que irão impedir o povo de se manifestar.

Plenária de organização do Bloco Vermelho em S. Paulo - 04/09/21

Diante da repressão, realizar um grande ato radical e combativo

Os militantes do PCO estão executando uma série de atividades de agitação e propaganda para convocar toda a população aos atos no Brasil inteiro, especialmente em São Paulo.

Durante todos os dias, nas duas últimas semanas, a militância do PCO, juntamente com os companheiros dos Comitês de Luta, realizaram panfletagens nos horários de pico nas estações de metrô, trem e ônibus; nas trocas de turno nas fábricas; em vias de grande circulação de pessoas; escolas e universidades e nos bairros populares.

Alguns exemplos estão nas zonas Sul e Oeste da capital, onde militantes do PCO e do Comitê de Luta do Butantã realizaram panfletagens na estação Butantã do Metrô, nos bairros de Interlagos e Grajaú e na estação Osasco da CPTM. Ou ainda no ABC, onde o PCO e os Comitês de Luta de Santo André e Diadema realizaram panfletagens nas fábricas da região, como a Braskem, por exemplo. Os companheiros dos Comitês de Luta ainda colaram centenas de cartazes em volta do Vale do Anhangabaú na semana passada, convocando o 7 de setembro vermelho.

Alguns setores da esquerda, aterrorizados com a campanha de chantagens da imprensa golpista que diz que não se deve ir à rua para não provocar os bolsonaristas, acreditam mesmo que o melhor é ficar em casa. Devemos dizer claramente: a política do “fique em casa” já foi derrotada há muito tempo! Foi ela que permitiu os bolsonaristas se reorganizarem e quando ela foi derrotada o povo voltou às ruas, fazendo os fascistas recuarem. Entretanto, devido a acordos espúrios dentro da frente ampla para alavancar a candidatura da “terceira via” (Doria), uma parte da esquerda iniciou um boicote à mobilização. O dia 18 de agosto foi quase completamente arruinado, não fossem o PCO e militantes de base da esquerda. Esse recuo proporcionado pelo boicote da frente ampla fez com que os bolsonaristas erguessem a cabeça novamente. É preciso, agora, cortá-la de uma vez por todas. E isso só será possível com uma grande mobilização popular, em São Paulo e no Brasil inteiro.

Mesmo que o ato do Anhangabaú não seja do tamanho do ato bolsonarista, não é isso que importa. Devido a essa política capituladora da esquerda, o ato não foi devidamente convocado e divulgado; por sua vez, Bolsonaro e os políticos que são seus aliados, e que controlam parte do aparato estatal, bem como grandes empresários, jogaram pesado na organização do ato na Avenida Paulista. Por isso não devemos cair na cilada da comparação entre os dois.

O ato da esquerda, ao contrário do bolsonarista, não tem nenhuma característica de artificialidade. Ele tem povo, tem os trabalhadores, os sem terra, os sem teto, os sindicatos, as organizações populares. E é preciso trabalhar para elevar a consciência dessa parcela da população, que constitui a maioria esmagadora dos brasileiros, a fim de radicalizar o movimento para realizar um verdadeiro enfrentamento com Bolsonaro, o fascismo e toda a direita golpista, como Doria e o PSDB, que se aliam a eles.

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