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Bloco vermelho nas ruas

Em SP, ato ocorre no Anhangabaú apesar da sabotagem

Mesmo com ameaças de BolsoDoria e de boicote de setores da esquerda pequeno-burguesa, manifestantes saem às ruas mostrando a sua disposição de luta

Nesta terça-feira, 7 de setembro, ocorreu o tradicional ato do Grito dos Excluídos, em conjunto com o ato pelo “Fora Bolsonaro”, convocado por toda a esquerda. O local natural para essa atividade seria a Avenida Paulista, palco de importantes manifestações populares de diversos setores da esquerda, da juventude e da classe operária nos últimos anos. No entanto, o ditador de São Paulo, João Doria, entregou a Paulista para os bolsonaristas. Diante disso, as organizações decidiram realizar o ato no Vale do Anhangabaú. Não satisfeito, BolsoDoria tentou proibir a manifestação da esquerda também no Anhangabaú, procurando, inclusive, decretar que não poderia haver ato pelo “Fora Bolsonaro” em nenhuma outra cidade do estado de São Paulo. A Justiça derrubou o decreto e o ato se manteve.

As ameaças à realização do ato continuaram por parte do governador fascista. No final de semana que precedeu o ato, Doria declarou que iria revistar todos os manifestantes, a fim de impedir que portassem objetos como mastros de bandeiras, baquetas de bateria e outros materiais que supostamente poderiam ser usados como armas. O PCO, diante disso, protestou e afirmou que não se submeteria a revista nenhuma da PM bolsonarista. 

Na manhã do dia 7, o Vale do Anhangabaú estava todo cercado com grades e tapumes, que procuravam impedir o acesso à maior parte do espaço. O local reservado aos manifestantes era o fundo do Vale do Anhangabaú, num espaço extremamente reduzido. É preciso destacar que permitir tal acordo abusivo com a prefeitura foi uma capitulação dos organizadores do ato, que o fizeram já prevendo uma manifestação de tamanho muito inferior ao que deveria ser. 

Além das tentativas de impedir o ato por parte da direita, é preciso também ressaltar o boicote realizado por diversos setores mais vacilantes e oportunistas do movimento, que procuraram fazer uma campanha no sentido de convencer todos a ficarem em casa para evitarem algum tipo de “confronto” com o gigantesco ato bolsonarista, que ocorria na Avenida Paulista. 

Mesmo com todas essas dificuldades, o ato aconteceu e teve um tamanho relativamente grande. Ainda que inferior às manifestações dos meses de maio, junho e julho na Avenida Paulista, alguns milhares de pessoas estavam no Vale, demonstrando que existe uma disposição por parte da população de sair às ruas contra o governo fascista, não só federal, mas também estadual e municipal. 

O ato começou por volta das 14 horas, com uma presença impactante do Bloco Vermelho, no qual participam militantes do PCO, do PT, de outros partidos e seus simpatizantes, que levaram suas bandeiras e faixas, sem nenhum impedimento por parte da PM, a qual não levou a cabo as ameaças anteriormente proferidas pelo governador. A Bateria Zumbi dos Palmares, como sempre, foi uma atração a parte, empolgando todos que ali se encontravam, contagiando-os com seu ritmo e entoando as principais palavras de ordem do ato.

A gigantesca faixa “Fora Bolsonaro” de 300 m², também foi muito bem recebida por todos e atraiu muitas pessoas para a levantarem e balançarem enquanto gritavam pela saída do presidente fascista. 

A banca da Loja do PCO esteve presente também e vendeu diversos materiais, como camisetas, canecas, livros, bótons, todos pedindo pelo “Fora Bolsonaro”, fazendo referência ao PCO ou à candidatura de Lula.

A ausência de diversos setores da classe operária no ato também foi algo que chamou atenção. Apesar de a CUT estar presente, os trabalhadores não foram devidamente convocados, o que contribuiu para que o ato não tivesse o tamanho necessário para fazer frente ao ato bolsonarista. 

No carro de som, o companheiro Antonio Carlos, da direção nacional do PCO, denunciou as diversas tentativas do governador João Doria de sabotar a manifestação e atacar a esquerda. Sua fala foi muito bem recebida e muito aplaudida pelos presentes, que entoaram junto com ele a palavra de ordem “Eu não sou otário, fora Doria e fora Bolsonaro!”

Para finalizar, é importante destacar que quase não se pôde ver a presença de camisas amarelas e bandeiras do Brasil no ato, demonstrando que essa tentativa de infiltrar a frente ampla nos atos da esquerda está falida. Os presentes estavam numa postura combativa e demonstravam total rejeição não só a Bolsonaro, mas também a João Doria. No carro de som, não estiveram presentes membros de partidos de direita como PDT ou PSB – que estiveram presentes em outros atos, e de centrais sindicais patronais como a Força Sindical. No chão do ato também não se pôde ver bandeiras e faixas dessas organizações. Isso é uma prova de que esses setores são rejeitados pela população e não têm nenhum interesse em participar de uma luta política real. No dia em que os bolsonaristas saíram às ruas, eles resolveram ficar em casa e, se dependesse deles, as ruas estariam totalmente entregues para os fascistas.

É preciso, nesse sentido, reforçar a convocação para os próximos atos e não contar com o apoio dos setores apoiadores da frente ampla e da pseudo-esquerda representada por esses partidos. Quem deve sair às ruas é a classe trabalhadora, que é o único setor da sociedade capaz de impôr uma derrota definitiva ao bolsonarismo e a todos os outros golpistas.

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