Não é nenhuma novidade que a Previdência e a Saúde já vinham sendo pouco a pouco, descentralizadas pelo governo federal, e igual medida no mesmo sentido pelos Estados e Municípios. A enxurrada de OSs administrando o sistema de saúde passou a ser a marca de um regime político e econômico que tirava do poder público a condição de administrador direto do sistema, ao mesmo tempo que sucateou o setor se escorando no setor privado, e nas seguradoras de saúde, a quem buscou com negociatas espúrias para a acumulação desmedida às custas da saúde do povo.
Hoje, completamente saturado, o sistema público de saúde não dá conta de suportar o aumento da procura pelos infectados com o Covid19, demonstrando toda a sua carência por investimento em infraestrutura, insumos, profissionais da saúde, e pesquisadores.
A Prefeitura de São Paulo prevê que o sistema municipal de saúde fique sobrecarregado em duas semanas com os casos do novo coronavírus. Para desafogá-lo, pacientes de baixa e média complexidade serão enviados aos hospitais de campanha do Anhembi e do Pacaembu.
A unidade de saúde (UPA, UBS, AMAs e hospitais) que precisar abrir leitos fará o pedido de transferência do paciente à Central de Regulação de Ofertas e Serviços de Saúde (Cross). A Secretaria Municipal de Saúde e essa central farão a logística do transporte do cidadão a um dos hospitais de campanha. Ele será transportado já com um leito definido para ficar, mesmo que seja caso suspeito.
A fase inicial de obras do Hospital Municipal de Campanha do Anhembi (HMCamp) será entregue na segunda (6) aos profissionais de saúde. O primeiro paciente deve chegar na quinta (9).
Segundo Luiz Carlos Zamarco, um dos coordenadores do comitê municipal de combate ao novo coronavírus, não há necessidade de abrir no mesmo dia porque o sistema ainda não está sobrecarregado.
“Os hospitais municipais estão absorvendo os casos de baixa, média e alta complexidade.”
Entre os dias 6 e 9, o hospital será esterilizado pelos profissionais de saúde, que irão analisar o espaço de trabalho e o fluxo dos pacientes por lá. Se necessário, farão mudanças no local.
Na fase inicial, o HMCamp do Anhembi terá 887 leitos, dos quais 64 serão de UTI e o restante, 823, de baixa e média complexidade. Espera-se que a entrega de todos os 1.800 leitos aconteça até dia 16, quando a prefeitura estima que ocorra a sobrecarga da rede. “Estamos nos antecipando ao pico”, diz Zamarco.
Mesmo assim, com todas as lacunas em aberto por conta do descaso com a saúde, muito provavelmente esses investimentos poderão ser em vão. A falta de condições de separar os infectados dos não infectados, faz de toda e qualquer providência medidas inócuas e sem sentido, tornando insuficiente qualquer esforço diante da possibilidade de sempre haver um novo bolsão de infectados, que sem um controle direto, vai sempre aparecer.
O fim disso tudo somente daqui a 1 ano e meio a 2 anos, tempo estimado para que tenhamos uma vacina, já que não haverá dificuldade de se testar as drogas possíveis. Com tanta gente infectada e sem nenhuma esperança, o não vai faltar é cobaia humana.