Segundo dados divulgados no último domingo (23), 365 pessoas estão internadas em leitos de Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) na capital de São Paulo, um aumento de 770% em relação à 14 dias, onde 42 pessoas estavam internadas.
A taxa de ocupação, que se aproxima a 80% do total da capital paulista, coloca a cidade em estado de alerta. Segundo a secretaria da saúde, a cada 10 vagas em UTI, 8 estão ocupadas por pacientes que precisam de cuidados intensivos.
As enfermarias seguem a mesma tendência da UTI. No dia 10, 146 pacientes estavam internados. No domingo (23), 448 ocuparam os leitos. Uma evolução que representa mais de 200% pontos percentuais de aumento.
Agora mais do que nunca, fica claro que a pandemia ainda está a todo vapor. A política demagógica da direita não foi capaz de barrar a realidade material resultando, portanto, em um total hecatombe do sistema de saúde brasileiro.
Além disso, o mais grotesco é que a burguesia, e até mesmo setores da esquerda pequeno-burguesa, colocam a culpa deste cenário na população. Segundo sua lógica “científica”, as festas e os barzinhos seriam os verdadeiros vilões da história.
Entretanto, deve ficar claro que, longe disso, a realidade é que os atuais números do covid são resultado direto do fato de que os trabalhadores foram obrigados a trabalharem diariamente desde o começo da pandemia, aglomerando tanto em seus locais de trabalho quanto nos transportes públicos.
O fato é que, desde o princípio, o governo de Bolsonaro e a corja de governadores estaduais “científicos” que o acompanha pouco fizeram para controlar a situação da pandemia no Brasil. A vacina veio atrasada, mesmo com a Sputnik V ainda em 2020 na Rússia; o povo continuou trabalhando, apesar da política nojenta do “Fique em Casa”; os hospitais públicos tinham pouca senão nenhuma estrutura para lidar com as internações; não tínhamos respiradores suficientes; entre muitas outras escatologias que, de forma inevitável, resultaram na sinistra cifra de mais de 600.000 mortos.
A única forma de pôr um fim a isso é por meio da mobilização popular que, neste momento, toma a forma da principal palavra de ordem do momento: Lula Presidente! O golpe de estado, em curso há uma década, inaugura uma nova etapa com as eleições de 2022. Nesse sentido, a esquerda brasileira também deve fazê-lo, levando a luta dos trabalhadores às ruas para, finalmente, golpear o imperialismo na prática.