Na noite desse sábado, dia 25, em Salvador, moradores de pelo menos nove bairros sofreram com uma queda de energia elétrica que durou quase uma hora. Ao menos os bairros da Barra, Graça, Pituba, Federação, Pernambués, Brotas, Matatu de Brotas, Saúde e Caminho das Árvores sofreram com o problema.
A Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba) afirmou que a queda de luz foi ocasionada pelo desligamento da subestação de Matatu da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) às 22h18. O religamento ocorreu às 22h58.
Interessante que o caso vem na esteira de uma série de ameaças de que o Brasil poderá ficar sem energia devido à suposta crise hídrica. A burguesia coloca a culpa pelo risco de falta de energia na fatalidade da ausência de chuvas ou no próprio povo, fato que fica bem evidente nas campanhas cínicas contra o “desperdício”.
Mas há dois problemas que os golpistas e a burguesia escondem. O primeiro é que a crise vem muito bem a calhar para justificar o aumento de energia. Militantes do Movimento dos Atingidos por Barragens denunciaram que, embora a situação nas barragens não seja ótima, ela não é tão grave quanto a imprensa está mostrando justamente para servir como justificativa para o aumento absurdo das contas de energia.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, chegou a dizer que não via problema na “energia ficar um pouco mais cara porque choveu menos” e que “não adianta ficar chorando”, pois a população terá de arcar com o aumento do custo da produção de energia diante da seca que atinge o país”.
Outro problema que está por trás da crise é a privatização. A Coelba foi privatizada em 1997 e a Chesf ainda ‘pública, subordinada à Eletrobrás, que é uma das prioridades dos golpistas na privatizações.
Não é difícil que o desligamento da subestação seja efeito da política de sucateamento das empresas para justificar a privatização.
Independentemente das explicações, o que ocorreu em Salvador pode ser o prenúncio da crise geral de energia que o Brasil pode enfrentar em breve. Por isso, é preciso denunciar a política de privatizações colocada em prática pelo governo Bolsonaro e todos os golpistas, que exigem dele a entrega de todas as riquezas nacionais.