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Mobilização em Pernambuco

Revolta do povo em Porto de Galinhas: sintoma de crise golpista

Claramente, há uma tendência muito profunda de mobilização do povo contra o regime político

Desde o último dia 31 de março, a região de Porto de Galinhas, no município de Ipojuca, região metropolitana do Recife, atravessa uma onda de protestos contra a PM em revolta pela morte da menina Heloísa Gabrielle, 6 anos, baleada durante uma atividade realizada por agentes do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) na tarde da última quarta-feira, dia 30 de março.

Heloísa brincava próxima à casa de sua avó na comunidade de Salinas, quando foi atingida no peito pelo tiro que a matou. Ela chegou até a ser levada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Ipojuca aparentemente viva e lá faleceu.

As testemunhas do ocorrido, que dentre elas figuram o próprio pai da menina, afirmam que a bala que tirou a vida da criança veio de um disparo da polícia militar durante uma perseguição a um homem que fugia numa moto nas ruas da comunidade.

“Eu nunca imaginei que os policiais pudessem chegar atirando aqui, que é uma praça onde tem muita criança brincando. Não teve tiroteio aqui, a polícia chegou atirando e correndo atrás de um cara que estava numa moto. Um dos tiros tirou a vida da minha filha”, declarou Wendel Fernandes, pai da criança. “Eu queria minha filha aqui de volta, minha menina. Só era ela que eu tinha. Eu quero justiça. Tenho fé em Deus que vai dar tudo certo”, declarou a mãe de Heloísa, Gleice Anne Rodrigues.

Por outro lado, o diretor integrado da Polícia Militar do Estado de Pernambuco e coronel da corporação, Alexandre Tavares, declarou que houve um aumento na atividade criminosa nas cidades de Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca. O coronel declarou que houve uma troca de tiros, pois os agentes foram recebidos a bala quando invadiram a comunidade, daí revidaram. Alexandre informou que as viaturas têm marcas de bala e que somente a perícia pode determinar a origem do projétil. Essa versão dos policiais é fortemente refutada pelos moradores durante os protestos nas ruas, que ocorrem em revolta justamente pelo fato de Heloísa Gabriele ter sido assassinada pelas forças do Estado à sangue frio.

A onda de revoltas contra a polícia militar começou logo após a confirmação do falecimento da menina, tendo sido iniciado por familiares, amigos e vizinhos da família que tomaram as principais vias de acesso à região de Porto de Galinhas. Após o sepultamento, na última quinta-feira, também foram feitos novos protestos, em que os moradores atearam fogo em pneus, móveis velhos, carros e ônibus para bloquear as ruas, além de terem usado caminhões para jogar terra nas pistas para impedir passagem de veículos. Um forte aparato foi usado pela polícia para acabar com as mobilizações, chegando até mesmo ao uso de helicópteros.

Os protestos foram grandes o suficiente para gerar uma queda na atividade comercial e turística na região, que teve lojas, supermercados e restaurantes fechados, além de turistas em hotéis e pousadas  não saindo para as praias e atrações do balneário.

O governo de Paulo Câmara (PSB) aumentará ainda mais a repressão, pois informou que enviará mais 250 agentes, 70 viaturas e dois helicópteros para o local. Vale lembrar que o governo de Câmara é marcado pela repressão policial. Um caso conhecido nacionalmente foi o que a PM atirou uma bala de borracha no olho de Daniel Campelo, 51, em maio de 2021, durante um protesto contra o governo ilegítimo de Jair Bolsonaro. Esse tiro o deixou cego. Até hoje, o governo do estado não divulgou de quem partiu a ordem para o ataque aos manifestantes.

Essas revoltas em rua que ocorrem no balneário de Porto de Galinhas contra mais uma ação assassina da PM mostram o nível da indignação e reprovação do povo pobre para com a corporação, que em todo país mostra a sua tendência sanguinária contra a classe operária. Essa mesma predisposição à mobilização por parte do povo de Ipojuca é constantemente vista em outras comunidades e favelas brasileiras em casos dolorosos de mortes causadas por policiais.

É preciso canalizar essa raiva, esse descontentamento, na única luta que pode, efetivamente, pôr um fim ao sofrimento dessas famílias: a luta pelo fim das polícias Se mesmo sem orientação política e grande organização o povo consegue gerar incômodo e trazer visibilidade aos fatos, decerto que as possibilidades seriam ainda mais promissoras com o povo devidamente organizado e guiado por uma política revolucionária e independente daquela da burguesia.

O Coletivo de Negros João Cândido, do Partido da Causa Operária, já está em missão de mobilização de massas nas favelas e periferias nos quatro cantos do Brasil, sob a política do fim das polícias. Na última conferência nacional, que foi feita na Favela do Jacarezinho, na cidade do Rio de Janeiro, dentre outras determinações aprovadas em grupo, está a criação de comitês de autodefesa nas favelas para impedir que ações criminosas de repressão e assassinatos em massa pelas forças policiais ocorram novamente.

Fim das polícias já!

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