O governador bolsonarista do DF, Ibaneis Rocha, participou recentemente da solenidade de inauguração da segunda etapa da obra de revitalização do calçamento na região do W3 Sul, em Brasília. Serão 10 km de reformas nas calçadas a um custo de R$1.900.000,00 (um milhão e novecentos mil reais) que contará com rampas de acesso, um punhado de grama, e algumas adaptações referentes à acessibilidade.
De acordo com Ibaneis, essa obra aconteceu por que “existia um pleito muito grande dos moradores aqui das quadras 700 para que fosse feita calçada”, mostrando o governador uma interessada preocupação de sua gestão em atender os “pleitos muito grandes” que chegam ao conhecimento de sua gestão, ao menos, quando se trata dos moradores das “quadras 700”.
Realmente se trata de uma infelicidade que, por exemplo, as mais de 130 famílias despejadas de suas casas somente na última semana de abril de 2021 (de acordo com a Secretaria de Proteção da Ordem Urbanística do Distrito Federal) – no auge da pandemia do coronavirus – não fossem moradores das “quadras 700” para que seus “pleitos muito grandes” de terem a dignidade de ter uma moradia aceitável, de não terem que morar com suas famílias nas ruas, fossem também atendidos com tanta autopromoção.
Isso sem contar que a calçada da W3 Sul já foi repavimentada recentemente! Ou seja, deveria ser uma das últimas prioridades do governo. Mesmo assim, Ibaneis procura angaria os votos da classe média que ali reside, principalmente com as eleições se aproximando cada vez mais.
O governador golpista, muito preocupado com os mais pobres, com o povo trabalhador com dificuldades de se sustentar sem apoio do governo durante uma pandemia mundial, evidentemente iria providenciar uma forma de amparar essa parcela do povo despejada pelo seu governo, que não só foi brutalmente expulsa de suas residências como as presenciaram serem destruídas por tratores diante de seus olhos e de seus filhos e filhas.
Afinal, para onde “se mudariam” essas famílias se não para ocuparem – feito animais escorraçados – as calçadas dos grandes centros urbanos? O povo trabalhador não pode se deixar distrair por projetos eleitoreiros, distracionistas, governos que não consideram como prioridade a dignidade das classes mais desfavorecidas da sociedade.