O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, faz nesta quarta-feira (24/11) um périplo por Brasília para alertar o governo Bolsonaro sobre um reajuste superior a 15% na tarifa do transporte coletivo da cidade em 2022. O aumento pode ser instituído caso não haja um auxílio federal para minimizar o impacto provocado pela alta no preço do diesel.
O prefeito de São Paulo mostra ser um fantoche da administração de João Dória.
E não é a primeira vez no ano que o PSDB paulista ataca os trabalhadores na questão da transporte público.
No dia 14 de janeiro, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) atendeu a um pedido da Prefeitura de São Paulo, que havia recorrido de uma decisão anterior. A decisão anterior havia suspendido a medida que havia sido tomada pela “civilizada” gestão de Covas, de extinguir a gratuidade dos ônibus urbanos da capital a partir do dia 1 de fevereiro para idosos entre 60 e 64 anos.
Há algo interessante a ser ressaltado: o motivo da gratuidade haver sido mantida para os idosos a partir de 65 anos é que isso está assegurado no Estatuto do Idoso, que é uma lei federal. Isso é o que está escrito na decisão judicial. É importante ressaltar isso pelo motivo de que se trata de um indício de que, se não fosse isso, a prefeitura de São Paulo retiraria também deles o direito à gratuidade. Mais do que um indício daquilo que quer a prefeitura, o texto da decisão judicial é um indício daquilo que quer a burguesia, da qual o juiz não passa de um porta-voz.
Um aumento de 15% na tarifa já um absurdo em qualquer época, mais se torna criminoso se levarmos em consideração a situação de desemprego e inflação alta em que vivemos.
É importante ressaltar também que essa é a mesma direita que a esquerda tem visto como uma “direita civilizada”, “democrática”, com a qual é preciso fazer uma “frente ampla” (alguns já dizem “frente amplíssima”) contra Bolsonaro. É a mesma direita que durante a pandemia foi apresentada também como uma “direita científica”, em oposição aos bolsonaristas “negacionistas”, que seriam, esses sim, o grande mal. O próprio Guilherme Boulos, candidato da “oposição”, foi todo elogios ao seu concorrente nas eleições. Entretanto, como podemos ver, Covas, o “científico”, tem realizado a mesma política do bolsonarismo e atacado a população sem a menor piedade. E nada, nem mesmo a pandemia, é capaz de fazer com que os civilizados da frente ampla mudem essa política. A única coisa que pode detê-los é a mobilização popular contra toda a direita e seus ataques neoliberais.
É preciso sair às ruas contra esse crime, que atinge os trabalhadores e os estudantes.