Nesta segunda-feira (23) o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), declarou à imprensa que a prefeitura implementará um “passaporte da vacina” no município, restringindo o acesso ao comércio, serviços e eventos apenas às pessoas vacinadas.
O prefeito disse que a medida será apresentada oficialmente nas próximas semanas, mas adiantou que multas serão aplicadas aos estabelecimentos que não exigirem o “passaporte” de seus frequentadores. Segundo Nunes, o controle será feito via aplicativo de celular ou carteira vacinal.
“A pessoa baixa o aplicativo da prefeitura e lá terá um QR Code com todas as informações: primeira dose, segunda dose, quando ela vai tomar ou deveria ter tomado. Se identificarmos que o estabelecimento não está exigindo ou que há pessoas no local que não se vacinaram, aplicaremos uma multa”, declarou o prefeito.
O secretário de saúde da capital, Edson Aparecido, foi ainda mais direto. “O objetivo é que seja obrigatória a vacinação para frequentar qualquer estabelecimento em São Paulo”, afirmou.
Segundo a prefeitura, o objetivo deste tipo de medida é fazer as pessoas se vacinarem. Ou seja, o objetivo é forçar as pessoas a tomar a vacina que a prefeitura disponibilizar, independente da qualidade da vacina disponível ou da vontade da pessoa em se vacinar.
A iniciativa da prefeitura de São Paulo vai no sentido autoritário das propostas de obrigatoriedade da vacina que chegaram a ser discutidas nos meses iniciais da pandemia. Mais recentemente, a prefeitura proibiu que as pessoas possam escolher a vacina que vão tomar, em meio a uma propaganda da imprensa capitalista contra os “sommeliers” da vacina, enviando as pessoas que se recusarem a tomar a vacina disponível para o fim da fila de vacinação.
O problema se torna mais grave ainda agora que surgem amplas evidências que algumas vacinas, como a Coronavac, não são eficientes contra a variante Delta do coronavírus, hoje predominante em boa parte do Brasil, com um grande número de casos de pessoas que, mesmo vacinadas, chegaram a contrair Covid-19 e até mesmo falecer.
Coronavac: pelo direito de não tomar a 3ª dose desta vacina
