Por Brasil de Fato
A Comissão de Acompanhamento e Controle de Propagação do Novo Coronavírus da Universidade Federal do Paraná (UFPR) emitiu, neste mês de maio, nova nota técnica a partir de análise aprofundada do atual cenário da pandemia no estado.
O documento recomenda planejamento do governo estadual e a adoção de medidas urgentes para conter a elevação da curva de infecção no estado, que pode gerar pressão no sistema de saúde ainda abalado pela alta de casos a partir de março de 2021.
A comissão reforça que o descumprimento por parte da população das medidas restritivas acarreta uma reação em cadeia no aumento dos índices de infecção, nas taxas de internamento e de mortes. No contexto atual, a Comissão alerta que, considerando o tempo de incubação e tempo de internação dos doentes, é provável que o pico de número de casos da nova onda ocorra nas próximas duas ou três semanas, e o de internações e mortes nos próximos 30 dias.
Sistema de saúde não suportará nova onda
A Comissão analisou ainda a tendência na ocupação das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) para internações decorrentes da covid-19. “Em Curitiba e em todas as macrorregiões, a ocupação de leitos de UTI exclusiva para covid-19 vem se mantendo acima de 90%. O atual virtual esgotamento de leitos de UTI demonstra que o sistema de saúde não suportará uma nova escalada nos números de internamento e, por isso, reforçamos a necessidade de esforços para conter a taxa de transmissão do SARS-CoV-2”, diz a nota.
Taxa de reprodução em alta
A análise do número de reprodução efetivo (RT) é importante, pois mostra o declínio ou expansão da doença na comunidade. Segundo a nota técnica da Comissão, “o RT médio semanal no Paraná, calculado pelo Laboratório de Estatística e Geoinformação da UFPR, indica que o valor está se mantendo acima de 1 desde o final do mês de abril, indicando aumento de novos casos. Em Curitiba, o RT tem se mantido acima de 1 desde 27 de abril.”
A Comissão Técnica ressalta que a covid-19 mostra tendência de expansão a partir de patamares muito altos, um cenário que pode se levar a aumento exponencial do número de infectados no estado do Paraná