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Repressão policial

Polícia reprime passeata coordenada pelo padre Júlio Lancellotti

Na semana da Páscoa, passeata que denuncia as condições miseráveis dos moradores de rua são proibidas.

Em uma manifestação pacífica, no dia do principal feriado religioso do calendário, mesmo sem causar congestionamento, nem transtornos aos cidadãos querendo descansar e muito menos gastos públicos adicionais exorbitantes, a Polícia Militar do Estado de São Paulo demonstrou sua desproporcionalidade, truculência (que não se restringe à violência física) e tirou qualquer dúvida que pudesse existir sobre a perseguição ao padre Júlio Lancellotti.

São Paulo, a cidade que detém a maior economia e quantidade de empregos do país, segundo o IBGE, também é a capital mais desigual e que possui a maior população em condição de rua, segundo dados do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), porém também é a cidade que tem mais unidades habitacionais vazias do que moradores de rua.

Diante do empobrecimento acelerado da população, agravado pela constante perda de conquistas obtidas desde 2003, a cidade de São Paulo apresenta índices alarmantes produzidos pela política austera contra os pobres e farta para os grandes capitalistas, após o Golpe de 2016. De acordo com censo feito pela prefeitura de São Paulo, a quantidade de pessoas morando na rua saltou de 15.905 em 2015 para 24.344 em 2019, registrando um aumento de 53% e em 2021 para escalou mais 31% atingindo o número de 31.884 pessoas vivendo nas ruas da cidade.

Com pouca ou quase nenhuma ação das esferas do poder público para auxiliar as pessoas em situação de rua, a figura do padre Júlio Lancellotti surge como esperança a essa população, mas suas atitudes geram revolta e indignação na direita fascista e na burguesia golpista, a consequência é a perseguição sistemática pelas forças de repressão por suas atividades em defesa do povo morador de rua.

O pedagogo e presbítero católico brasileiro, pároco da paróquia de São Miguel Arcanjo no bairro da Mooca, na cidade de São Paulo, nasceu na capital paulista, em 27 de dezembro de 1948 (73 anos) e teve sua ordenação presbiteral em 1985. Em 1991 fundou a “Casa Vida I” e, posteriormente, a “Casa Vida II”, para acolher crianças portadoras do vírus HIV, atuava dentro de unidades da FEBEM, por meio da Pastoral do Menor, denunciando maus tratos e torturas aos menores e atualmente está à frente de vários projetos municipais de atendimento à população carente, como é o programa “A Gente na Rua”, formado por agentes comunitários de saúde, ex-moradores de rua.

Nos últimos anos, o padre Júlio Lancellotti tem sido também atacado pela direita fascista. Em 2020 o padre foi vítima de calunias pelo então candidato à prefeitura de São Paulo, Arthur do Val – conhecido como ‘Mamãe Falei’, que em vídeo publicado nas redes sociais o chamou de “cafetão da miséria” e fez outras acusações infundadas, questionadas na justiça que determinou a retirada do conteúdo da internet.

Em 2021, a deputada golpista Janaina Paschoal, indignada com as doações de comida, organizadas pelo padre, na Cracolândia, disse que essa atitude ajudava o crime. Que completou a postagem dizendo que “o padre e os voluntários ajudariam se convencessem seus assistidos a se tratarem e irem para os abrigos”. Para a Janaina Paschoal é motivo de indignação dar comida a quem tem fome e não o fato de terem pessoas em situação de rua e passando fome.

O padre que virou notícia também por conhecido por quebrar as pedras colocadas pelo PSDB para impedir que os moradores de rua tenham local para dormir, esteve presente no ato nacional de 1º de Maio de 2021 na praça da Sé, região central de São Paulo, organizado pelo PCO e os comitês de Luta. Cobrou a quebra das patentes da vacina, que à época não tinha sido aplicada na maioria da população e por um auxílio emergencial de R$ 600.

Nessa Sexta-feira Santa (15), a Via Sacra organizada pela Pastoral do Povo da Rua na Região central de São Paulo, tendo seu ponto inicial no largo São Bento, onde há uma base da PM, e transitou pela rua Líbero Badaró até chegar diante da sede da Prefeitura de São Paulo, no viaduto do Chá ocorreu de maneira pacífica, ordeira, sem onerar os cofres públicos, mesmo sem nenhum motivo para tal, policiais militares abordaram o padre Júlio Lancellotti, questionaram sobre o propósito do ato, sua origem e destino final, requisitaram seus documentos, que fotografados.

Numa atitude desproporcional, a PM-SP provou a perseguição sistemática, há muito denunciada e mais uma tentativa de intimidação contra o padre Júlio Lancellotti. O DCO e o PCO externam toda solidariedade ao companheiro.

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