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Bahia

Rui Costa (PT) encarna Bolsonaro e impõe reforma administrativa

O governador, assim como Bolsonaro, defendeu o projeto bolsonarista de uma reforma administrativa

Rui Costa, do PT, é o atual governador da Bahia e, recentemente, declarou apoio à proposta de reforma administrativa, que foi apresentada pelo deputado federal bolsonarista Arthur Maia (DEM-BA). O projeto vai totalmente de encontro aos interesses da base que elegeu o petista.

A reforma administrativa e mensurar é um verdadeiro ataque às condições de vida das massas. O projeto em questão não é conhecido em detalhes nem mesmo pelo próprio Rui Costa, que afirmou não o conhecer, mas um ponto – que é o ressaltado pelo governador – chama a atenção: os servidores públicos não seriam mais remunerados de acordo com um salário fixo, mas estaria determinado pelo grau de “produtividade” do trabalhador. Nas próprias palavras do Rui Costa (PT-BA), não poderia uma pessoa que “vive com atestado” receber tanto quanto um outro servidor. Isto é, caso tenha uma emergência médica, dever-se-ia descontar o salário do servidor público! A questão ainda vai além: o petista defendeu, na contramão da orientação do próprio partido, ao dar apoio a reforma administrativa, que se force o cidadão a ser explorado ao máximo para poder receber um salário minimamente decente, sem ser descontado.

Nem é preciso entrar em mais detalhes sobre o projeto – porque eles sequer são conhecidos pelo próprio governador, demonstrando como esses acordos parlamentares são secretos e não contam com a participação do povo – para entender como ele representa os interesses da classe burguesa e o sucateamento dos serviços públicos.

O que poderia levar uma pessoa de esquerda a defender isso? Ora, a política da frente ampla, que atesta a suposta necessidade de unir toda a esquerda com toda a direita “não-bolsonarista” (PSDB, PDT, etc.), mesmo que essa direita não tenha base popular, não apoie o impeachment e até mesmo vote nos mesmos projetos que a direita.

O governador Rui Costa é parte de uma ala à direita dentro do PT, sem conexão real com as bases do partido, o que lhe deixa muito vulnerável às pressões da burguesia. É daí que vem sua disposição em se conciliar com a direita e em defender a frente ampla, apesar de ser de um partido de esquerda.

A questão da frente ampla, na prática, significa apoiar o “nem Lula, nem Bolsonaro” e subordinar a ação dos partidos de esquerda e da sua base aos interesses da direita golpista, e isso se materializa com o apoio a medidas próprias da direita, como a reforma administrativa. Não há qualquer avanço para o povo em converter sua luta nas ruas para um terreno parlamentar, de troca de cargos e de apoio, como quer o governador Rui Costa, em nome de um apoio dessa direita ao impeachment.

Primeiro, porque essa direita não apoia o impeachment, mas quer manter Bolsonaro e se utilizará dele se for preciso para derrotar o Lula. Em segundo lugar, porque isso iria levar ao fim das mobilizações de rua, que são a única forma que o povo tem de enfrentar o regime do Golpe de Estado. Em terceiro lugar, a frente ampla serve para, eleitoralmente (ou seja, só em 2022), defender a candidatura da terceira via – ou recorrer a Bolsonaro se for preciso –, um João Dória ou um Sérgio Moro, de modo a enfrentar a candidatura verdadeiramente popular, que é a do ex-presidente Lula. Em quarto lugar, para se formar a frente ampla, a esquerda teria de ceder suas posições e apoiar os projetos golpistas, como a reforma administrativa, que representam um ataque aos trabalhadores de conjunto.

Por esses e outros motivos, a defesa de uma frente ampla não leva a derrotar Bolsonaro, mas, sim a se subordinar a burguesia, que o defenderá ou defenderá um nome ainda pior – como Doria ou Moro. O único meio de, de fato, derrotar Bolsonaro é arrastar a luta para as ruas, para a mobilização do povo, em torno da defesa da candidatura do Lula – que tem o poder de agregar a massa dos trabalhadores – e contra não só Bolsonaro, mas contra toda a direita, que é quem o elegeu, dá suporte a ele e o apoiará novamente se julgar necessário para lutar contra o Lula.

É preciso denunciar as tendências de capitulação dentro do nosso movimento, como a exposta pelo posicionamento do Rui Costa. O PCO e a base do PT e setores da CUT devem continuar lutando e levando as massas a lutarem contra essas medidas reacionárias, contra a frente ampla, a fim de levar junto todo o conjunto do povo e impedir que as cúpulas do movimento sindical e dos grandes partidos de esquerda realizem um acordo com a direita. Não à reforma administrativa! Lula presidente e fora todos os golpistas!

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