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Fazendo o jogo do inimigo

Governo baiano imita direita e autoriza aulas presenciais

Tocando a mesma política dos governos genocidas da direita, Rui Costa, autoriza o retorno presencial das aulas.

Na última quarta-feira (5) o governo do Estado da Bahia, chefiado pelo petista Rui Costa, autorizou por decreto o retorno das aulas presenciais em toda a rede pública e privada no Estado. Segundo o decreto, a medida será possível para os municípios que estejam com percentual de ocupação dos leitos de UTI abaixo de 75% por cinco dias consecutivos, o que só será possível na capital Salvador que, nos últimos dias segundo a prefeitura, tem ficado abaixo dos 75% de ocupação.

As demais regiões do Estado não atingem esse percentual, sendo que, conforme boletim epidemiológico da secretaria de saúde do Estado neste sábado (8), o percentual de ocupação dos leitos de UTI é de cerca de 90%, com 1.267 pessoas internadas.

O governo diz ter autorizado o retorno “semipresencial” das aulas, onde estariam autorizados o retorno de 50% dos alunos de uma sala. O que, na prática, não significa muita coisa pois mesmo com um público menor, as condições nas escolas são as mesmas de compartilhamento de banheiros, copas, salas fechadas. Sem contar a péssima condição das estrutura física das escolas da rede pública, um velho problema que não foi mudado substancialmente.

Os argumentos falaciosos

Em primeiro lugar é preciso deixar claro que estes os argumentos utilizados para dizer que estão “acompanhando” os números da pandemia são uma completa mentira. Todos sabem que os números de infectados, de doentes graves e de mortos é uma verdadeira incógnita, que pelo fato de nunca ter havido testagem em massa, de não ter havido garantia de atendimento médico, simplesmente não é possível saber, de fato, a quantas anda a pandemia no Estado – assim como o é em todo o país. A Bahia tem um problema crônico no sistema de saúde pública, aonde boa parte da população sempre enfrentou graves problemas para ser atendida e, em casos graves, ter acesso a um leito de UTI.

Não é um problema que surgiu com a pandemia, ele só está muito mais grave, pois o número de pessoas infectadas e que precisam de atendimento médico intensivo é enorme. Mas, este fato de não ter unidades de saúde suficiente, de não ter médicos e enfermeiros, nem ter unidades de internação suficiente, é um dos principais responsáveis para que boa parte das pessoas doentes com a Covid-19 nunca passem no “radar” dos governos e fiquem fora das estatísticas de infectados e mortos da pandemia.

Outro aspecto que amplia esse engodo, é a famosa medição do percentual de utilização dos leitos de UTI. Uma outra falácia monumental que tem origem no mesmo ponto anteriormente citado. O Brasil e a Região Nordeste principalmente, possui um déficit gigantesco no número de leitos de UTI, fazendo com que sempre fosse um verdadeiro “suplício” para qualquer pessoa da classe trabalhadora conseguir ter acesso a um leito de internação. Sempre foi algo extremamente difícil e a pandemia somente ampliou essa dificuldade, criando situações verdadeiramente criminosas aonde, pessoas chegam a ser atendidas em unidades básicas de saúde, mas ao invés de serem encaminhadas para um leito de UTI são mandadas para casa depois de aplicada uma medicação paliativa, pois simplesmente não há leitos disponíveis. Um problema crônico no sistema de saúde brasileiro que acontece até nos hospitais privados da classe média.

Assim, o acompanhamento da situação da pandemia pelos percentual de utilização dos leitos de UTI é um verdadeiro engodo, uma mentira deslavada que todo os governos tem lançado mão, de forma cínica e desesperada, para fazer de conta que estão controlando a pandemia com suas parcas medidas. O que, no caso de estudantes e trabalhadores da educação, não significa nada dizer que o percentual de utilização de UTIs está em 75, 80 ou 90%.

Governo de esquerda, política de direita

Dito isso, o que fica mais do que claro com a liberação do retorno às aulas no Estado de forma superprecoce e sem embasamento real nenhum que possibilite dizer que a pandemia realmente arrefeceu, é a mesma política genocida tocada pelos governos da direita e pelo governo genocida de Jair Bolsonaro.

É neste ponto que afirmamos, que adianta ter um governador do Partido dos Trabalhadores (PT) se a sua política é idêntica à política dos governos da direita golpista e genocida de João Doria (PSDB) em São Paulo, de Ibaneis Rocha (MDB) no Distrito Federal, de Cláudio Castro (PSC) no Rio de Janeiro, de Rainho Júnior (PSD) no Paraná e muitos outros, que cometeram o mesmo crime de força a reabertura total da economia e o retorno presencial das aulas?

Rui Costa (PT), como governador da Bahia, tem se pautado inclusive pelo mesmo discurso agressivo contra trabalhadores que protestaram contra sua política direitista de privatizações, lembrar aqui da privatização do saneamento básico, contra a reforma da previdência que ele não perdeu tempo em reproduzir o projeto do governo Bolsonaro contra os servidores do Estado, ao apoiar os despejos e a violência da Polícia Militar contra os trabalhadores sem terra no campo e tradicional violência dessa mesma instituição contra trabalhadores nas periferias das cidades, ao permitir que a maioria dos trabalhadores sigam se aglomerando no transporte público dia após dia, fazendo vista grossa para empresários de ônibus e do metrô que reduzem a frota em plena pandemia.

Fica claro que a politica de conciliação de classes,  do governo de Rui Costa e outros, representam uma completa dominação pela direita, pelas oligarquias locais, não trazendo nenhum benefício para a classe trabalhadora. Pelo contrário, servem para que setores da esquerda (partidos) e da burocracia sindical sigam freando a luta das massas.

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