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De PCdoB à PSdoB

A herança maldita do governo de Flávio Dino no Maranhão

Passados 8 anos da eleição do primeiro governador do PCdoB o Maranhão volta as mãos da direita tucano ou até mesmo bolsonarista

Após o golpe de Estado contra a presidenta Dilma, em 2016, o regime político em todo o País tem se tornado cada vez mais direitista. Os partidos da direita tendem à extrema-direita; o número de parlamentares, prefeitos e governadores da esquerda também diminuiu; os que ainda possuem cargos também tendem à direita. O caso de Flávio Dino, ex-PCdoB do Maranhão, também revela isso. Após 8 anos de sua eleição, o estado voltará às mãos do PSDB: sua maior conquista foi a desmoralização do PCdoB e da esquerda em geral.

Flavio Dino foi o primeiro governador eleito pelo PCdoB na história. O estado do Maranhão, que era dominado pela oligarquia da família Sarney, teve seu primeiro governo de esquerda a partir de 2015. Contudo, algo que fica fácil de compreender com os governos da nova esquerda como Boric, do Chile, e Petro, da Colômbia, é que a vitória de um esquerdista não necessariamente é uma grande vitória dos trabalhadores. Isso fica claro já ao analisar a aliança feita inicialmente por Dino, seu vice era Carlos Brandão, do PSDB. Na coligação, também estavam PROS, PDT, PP, PTC, SD, PSB, PPS, ou seja, uma aliança apenas com direitistas.

O governo de tendência direitista teve apenas um ano com Dilma no poder. Com o golpe de 2016, Flávio Dino não tinha mais o apoio do governo federal para aplicar uma política de esquerda. Em 2018, na reeleição, a coligação veio ainda pior, agora com 15 partidos, 13 deles de direita: PDT, PP, PPS, PROS, PSB, PT, PTB, PR, PRB, DEM, PEN, PTC, Solidariedade e PPL. Foi nesse segundo governo, com Bolsonaro na presidência, que Dino revelou todo seu direitismo, chegando ao cúmulo de deixar a esquerda para o PSB no ano de 2021.

Talvez o pior de todos os feitos de Flávio Dino tenha sido ainda em 2019: a entrega da base de Alcântara para o imperialismo dos EUA, em conluio com o governo Bolsonaro. Foi sob o governo supostamente de um comunista que o território brasileiro, dentro da Amazônia legal, foi entregue para o controle de estrangeiros que tem como política aberta o saque de metade do território nacional. Dino faz todo um malabarismo para defender sua política pró imperialista, mas, na prática, ele afirmou “Li, reli e posso assegurar a todos, com toda a seriedade que o acordo em si mesmo não viola a soberania nacional”.

No ano de 2021 com o retorno das mobilizações de rua pelo fora Bolsonaro e em defesa de Lula presidente a polarização política levou o PCdoB e o governo Dino cada vez mais à direita. Foi nesse ano que o PCdoB passou a aderir o bloco do PSDB nos atos de rua, chegando a fazer manifestações com o MBL. Foi o partido de esquerda que mais defendeu abertamente a frente ampla e o verde amarelismo nos atos, caso houvessem ganhado essa disputa é possível que nem mesmo Lula fosse candidato mas alguém da 3a via apoiado pela esquerda.

A crise foi tão grande nos partidos que defendiam a frente ampla contra a posição majoritária de suas bases que queriam atos vermelhos e combativos, que houve uma grande debandada para o PSB. As mais importantes figuras nesse momento foram Marcelo Freixo, ex-PSOL, que veio a ser candidato ao governo do Rio de Janeiro, e o próprio Flávio Dino, de longe o mais relevante por ser governador de um estado. O vice Carlos Brandão, em 2022, saiu do PSDB para o PSB e se tornou governador do estado para que Dino se candidatasse ao senado.

Aqui, é valido recordar o que é o PSB, o partido de Tábata Amaral, partido que votou em massa pela derrubada da presidenta Dilma Roussef, que no nordeste é ligado às oligarquias, como em Pernambuco, e, no sudeste, é um apêndice do PSDB. Em São Paulo, o PSB se tornou praticamente o novo PSDB, vide o caso de Alckmin. No Rio de Janeiro, o PSB é o partido da Lava Jato, lançou a chapa Marcelo Freixo e Molon para o governo e o senado, dando um golpe no PT que havia lançado André Ceciliano como parte do acordo com o PSB.

Ao sair do PCdoB, Flavio Dino tirou o governo do Maranhão, estado com 7 milhões de pessoas e 330mil Km², da esquerda, cedendo-o para a direita pró-imperialista, um estado que contem uma base militar dos EUA. É uma política absurda, é o equivalente ao que vez Lenin Moreno no Equador, eleito como sucessor de Rafael Correa que virou a casaca e passou a governar como o FHC dos Andes. Política que demonstra claramente que não é possível confiar em candidatos pequeno-burgueses que se autodeclaram esquerdistas mas que, na prática, são candidatos de si mesmos.

O povo do Maranhão elegeu um candidato do PCdoB, um candidato que consideravam de esquerda, que tinha o apoio do PT e de Lula. Passados 2 anos, esse candidato foi para um apêndice do PSDB, um ano depois, entregou o estado nas mãos de um tucano e, agora, esse é o candidato a reeleição com uma ampla chance de vitória. Caso derrotado, o Maranhão passará às mãos de um bolsonarista. Passados 8 anos de governo de Dino, o Maranhão não ganhou nada, a direita está de volta ao governo e não há nem a perspectiva de a esquerda voltar ao poder. Essa é a herança maldita dos falsos esquerdistas.

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