A Justiça Militar condenou, nesta última semana, 8 militares pelos homicídios do músico Evaldo Rosa dos Santos, 46, e do catador de recicláveis Luciano Macedo, fuzilados em 7 de abril de 2019 em Guadalupe, na zona oeste do Rio de Janeiro.
A condenação foi feita pela estreita margem de três votos contra dois pelo conselho que julgou o caso, formado por uma juíza federal e quatro juízes militares sorteados.
O grupo, comandado pelo tenente Ítalo da Silva Nunes, realizou 82 disparos contra o carro onde estava Evaldo, sua esposa, seu sogro, seu filho de 7 anos e uma amiga da família, sendo que 62 atingiram o veículo segundo perícia. Além do músico e do catador Luciano, que foi socorrer a família, seu sogro foi atingido, ficando ferido.
O julgamento foi finalizado dois anos e meio depois do ocorrido, já tendo sido adiado duas vezes pela defesa e duas outras vezes sob a justificativa da pandemia. Entretanto, vale ressaltar que os militares ainda podem recorrer ao Supremo Tribunal Militar (STM), órgão que, decerto, estará do lado dos assassinos.
Este episódio mostra que a histórica ação truculenta da Polícia é completamente negligenciada pelo Estado burguês. A condenação só ocorreu mais de 2 anos depois e, mesmo assim, pode ser facilmente revertida por uma instância superior. Fica claro, portanto, que somente os trabalhadores defenderão seus próprios interesses e, finalmente, suas próprias vidas. Por isso, a formação de milícias populares contra a burguesia – e, com isso, contra a PM – é indispensável na luta pela libertação da classe operária.