O povo não tem mais direito ao lazer. Qualquer atividade dentro dos parques é, ou poderá vir a ser taxada, tudo vai do pensamento de quem administra e explora as pessoas que frequentam o parque. Assim está o novo perfil do Parque Ibirapuera.
Em matéria recente de um dos principais jornais golpistas do País, O Globo destaca como está hoje o Parque Ibirapuera, privatizado em 2020 pelo prefeito que virou governador e que quer virar presidente, o governador dito científico, João Dória. O mesmo IdentiDória, que não fez nada durante a pandemia senão aumentar a quantidade de privatizações do patrimônio da população paulista e manteve as pessoas presas em casa com o jargão fique em casa, aceito sem discussão pela maior parte da esquerda pequeno-burguesa paulista e brasileira.
Visivelmente, o governo de São Paulo tem como objetivo arrancar mais uma contribuição do bolso dos cidadãos que usam os parques para se distraírem do seu dia-a-dia, tamanha a opressão em todos os momentos de suas vidas.
Segundo pesquisa feita em 2020, do total de pessoas entrevistadas, 92% frequentam algum parque da cidade de São Paulo e dos 20 parques que concentraram 77.2% das respostas, o Ibirapuera teve 18.7% das respostas. A pesquisa foi encomendada para se ter um perfil de quanto vão poder arrancar dos bolsos de quem frequenta os parques, pois a maior parte dos frequentadores possui renda familiar de 2 a 5 salários mínimos (32.3%); de 5 a 10 salários mínimos (25.4%), mais de 10 salários mínimos (17.2%), 1 a 2 salários mínimos (17%) e até 1 salário mínimo (8%), daí os preços tão altos de quase tudo que há disponível no parque atualmente e que gera insatisfação ao público.
A pesquisa só não publicou se perguntou aos entrevistados se eles concordariam em vender, privatizar, o parque que lhes pertence.
Na matéria do jornal golpista G1, que defende abertamente a venda de tudo que é público para exploração financeira, é visível a reclamação pelos frequentadores dos preços altos para todos os serviços oferecidos no parque, principalmente o estacionamento. Segundo um dos frequentadores, que comentou num vídeo sobre o parque, o valor cobrado pelo estacionamento
“Torna inviável frequentar o parque”. Segundo ele é “Mais uma que os empresários ganham”. “Um lixo”.
O G1 comenta ainda sobre as declarações dos comerciantes que frequentam o parque e reclamam da obrigatoriedade de cobrarem preço alto nas mercadorias, estipulado pela empresa administradora.
“O pessoal reclama bastante do preço. Antes, a cooperativa também definia o preço, mas a gente tinha liberdade pra fazer valor diferente pro cliente. Dependendo do tamanho da fruta, eu cobrava de R$ 5 a R$ 7. Agora o parque controla e é tudo R$ 9”, afirmou um comerciante.
Não é difícil concluir o porque do preço alto no estacionamento no parque Ibirapuera, a pesquisa feita pela Prefeitura em 2020 mostra que o automóvel é utilizado por 33.4% das pessoas frequentadoras do parque e a área de estacionamento é muito grande, o que desmente qualquer alegação de que o preço alto é para estimular uso de transporte público. O único objetivo é arrancar mais um trocado do bolso do cidadão que já é esfolado diariamente pelo capitalismo.