Em São Paulo, estado com o maior poder econômico de todo o País, superando, inclusive, vários países da América Latina; entre 2018 e 2020, foram encontrados contaminantes na água que saiu da torneira de 132 cidades paulistas abastecidas pela Sabesp. As substâncias químicas excedem o valor máximo permitido pelo Ministério da Saúde, órgão que define um parâmetro de controle, acima do qual há risco à saúde humana.
Conforme artigo do portal Uol da última segunda-feira (09), são atendidos pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) 28,6 milhões de pessoas. Ou seja, uma das maiores empresas de abastecimento do mundo, a qual deveria ser uma referência mundial na prestação de serviços de saneamento, omite problemas na qualidade da água com o objetivo de elevar cada vez mais o lucro para seus acionistas. Ao mesmo tempo, cobra e muito caro dos consumidores pelo péssimo serviço prestado, fazendo, ainda, com que 65% da população do estado tenha que utilizar água totalmente imprópria ao uso humano, o que traz enormes riscos à saúde da população.
Para se ter noção da gravidade da situação, dois terços da população são envenenados todos os dias, sendo que nas regiões metropolitanas essa situação é ainda pior. Na capital, substâncias foram identificadas 13 vezes acima do limite nos sistemas Guarapiranga, Cantareira, Alto Tietê e Rio Claro que, juntos, abastecem cerca de 17 milhões de pessoas.
Esse levantamento foi realizado pela Organização Não Governamental (ONG) Repórter Brasil através do Sisagua (Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano). Na cidade, as substâncias encontradas acima do limite foram os ácidos haloacéticos, os trihalometanos e o antimônio, todas elas classificadas como “possivelmente cancerígenas” pela OMS (Organização Mundial da Saúde).
Tudo pelos acionistas
Enquanto o conjunto da população do estado é obrigada a utilizar água totalmente imprópria ao uso comum, o governo Doria, do golpista PSDB, licenciado em abril deste ano, é responsável diretamente por essa situação criminosa, o qual tem como um único objetivo o de não dispor de nenhum recurso para que seja feito o tratamento adequado de limpeza do esgoto que a população é obrigada a ingerir. Desta forma, a empresa pode apresentar lucro exorbitante de R$ 2,3 bilhões obtido em 2021, o que equivale a 137% a mais do que o mesmo período de 2020 para dividir com seus acionistas.