Na manifestação ocorrida neste sábado em todo Brasil, um destaque foi o ocorrido em Florianópolis. Com o pretexto da chuva, a esquerda cancelou a mobilização em várias cidades do estado, inclusive na capital. A covardia em abandonar a luta foi critica pelas dezenas de pessoas presentes na manifestação que ocorreu organizada pelo PCO, Coletivo Lula Presidente e Bloco Vermelho, ocupando as ruas independente da política das direções da esquerda pequeno-burguesa.
No microfone, muitos criticaram a postura das direções e colocaram que deveria sair às ruas faça chuva ou faça sol. Entrevistado pelo Diário Causa Operária, Vicente, presente na manifestação apontou:
Bom, o ato do dia 19 foi muito pouco divulgado. A tal frente fora Bolsonaro parece uma organização secreta, não existe diálogo com as bases e a impressão que passa é realmente de que querem se apropriar do movimento sem impulsionar as manifestações. Conforme o dia 19 foi chegando e a previsão do tempo foi ficando mais clara de que realmente ia chover, começou a ser divulgado que em caso de chuva o ato seria adiado. Realizamos panfletagens na semana do ato e a aceitação foi muito boa, muita gente querendo o material. Algumas pessoas já estavam cientes do possível cancelamento do ato, mas mesmo assim queriam o material. A “organização” do ato divulgou na véspera que daria o informe oficial as 7 horas da manhã da data do ato, dizendo se haveria ou não. A previsão era de 100% de chuva, todos sabiam que iria mesmo chover. Até onde eu sei não foi cogitado transferir o local do ato para driblar a chuva, nem realizar o ato no local marcado independente da chuva. Finalmente, as 7h Da manhã saiu o informe do adiamento do ato. Seguimos divulgando nossa manifestação para o local onde iríamos fazer a concentração, um terminal de ônibus semi desativado com cobertura e pé direito bem alto, ou seja, local arejado…
A desculpa para não fazer o ato seria que a máscara quando molhada perde a eficiência. No entanto, sabemos que os trabalhadores estão pegando chuva para ir aos locais de trabalho durante toda a pandemia,quando não estão trabalhando literalmente abaixo de chuva como garis e carteiros. Nada justificaria o adiamento do ato. Poderia se usar guarda-chuvas, capas, bonés para evitar o molhamento da máscara, trocar a máscara com maior frequência.. ficou patente que a intenção era realmente não fazer o ato, mesmo antes da previsão de chuva. A esquerda Florianopolitana é recheada da política pequeno burguesa do fique em casa. Durante todo ano passado, realizamos diversos atos públicos, com ampla divulgação e convocação por telefone, e os atos foram sempre muito pequenos. No fim, nosso ato apesar de pequeno no dia 19, agrupou setores de base que queriam se manifestar independentemente das direções, que ninguém sabe exatamente quem é.