A situação de falta d’água em Maceió, capital do estado de Alagoas, levou a protestos de moradores da parte baixa da cidade no último dia quatro de fevereiro. Olhando o histórico de notícias observamos que meses atrás os protestos e reclamações eram de moradores da parte alta da cidade.
A privatização de parte do sistema de abastecimento não resolveu o problema, mas aumentou significativamente o valor cobrado nas contas de água, conforme constatamos ao verificar o histórico de reclamações disponível na internet.
É muito comum nas áreas de moradia das classes média e alta o pagamento de duas contas de água, uma para o sistema de abastecimento de água encanada e outra para o abastecimento privado através de carros-pipa. A população comum, a maioria, não tem capacidade econômica de arcar com esses custos.
O problema de falta d’água persiste por anos a fio. Os governos se sucedem e o problema só aumenta na medida em que a cidade e a população crescem. A palavra Alagoas significa terra alagadiça. A cidade de Maceió é banhada pelo mar e por duas lagoas, Mundaú e Manguaba. Há abundância do líquido na cidade, faltando a implementação de sistemas adequados que permitam sua distribuição para a população em geral.
A água é uma necessidade básica do ser humano. A população não pode se conformar com essa situação. É necessário cobrar das autoridades soluções provisórias, ações para conter o problema de forma imediata, e soluções definitivas, que satisfaçam as necessidades básicas da população quanto ao fornecimento de água potável.
Maceió é uma cidade que vem sofrendo a destruição provocada por empreendimentos privados, como a exploração do sal-gema, que provocou desabamentos e transformou bairros inteiros em “cidades fantasmas”.
É preciso organizar a população em defesa da reestatização do sistema de abastecimento de água e em um amplo investimento para garantir agua para todos! As tecnologias disponíveis para provisão de água potável são muitas, cabe aos governos em conjunto com a população, adotar o que for necessário. A população já mostrou o caminho, sair às ruas, é preciso organizar a mobilização.