Setores divisionistas, confusionistas e frente-amplistas de dentro da esquerda estão tentando dividir o ato pelo Fora Bolsonaro na cidade de Araraquara. Enquanto a Apeoesp, a CUT, o Sindicato dos Metalúrgicos, o PCO, os Comitês de Luta, a UP, a UJC, o PSOL e o PSTU estão chamando o ato para as 10 horas da manhã na Praça Santa Cruz, outros setores que se negaram a participar das reuniões de organização dos atos e que, inclusive, se colocavam contra sua realização, estão chamando uma bicicletada para o mesmo dia, com saída às 9 horas da manhã.
Trata-se de uma tentativa aberta de sabotagem e divisão do ato pelo Fora Bolsonaro, acordado com antecedência e que teve em suas reuniões de organização um amplo chamado a todas as organizações populares que quisessem ajudar em sua realização.
A proposta de uma “bicicletada”, no entanto, já havia aparecido em outros fóruns de discussão e havia sido rejeitada. Os motivos da rejeição eram muitos. Em primeiro lugar, trata-se de uma capitulação ao bolsonarismo, que está organizando a polícia e membros das forças armadas para atos em todo o país, tentanto demonstrar força perante a sociedade. Deveríamos fazer o mesmo, já que se trata de medir forças e não fazer atos simbólicos; em segundo lugar, mesmo que a bicicletada tenha como planejamento posterior ir ao ato, a chance de dispersão é imensa e sua realização coloca em risco a desorganização do movimento, já que, ao invés de bandeiras, faixas e afins, os ativistas teriam que carregar bicicletas; além disso, foi disponibilizado um ônibus para que os militantes saiam do ato em Araraquara e se juntem aos manifestantes de São Paulo no ato do Vale do Anhangabaú em São Paulo, o que se torna impraticável caso os militantes pretendam comparecer de bicicleta; por fim, enquanto Bolsonaro busca sua base de apoio, a esquerda se afasta com atos desse tipo, que não animam a classe trabalhadora, transformam um ato em um circo e impedem aqueles que sequer têm uma bicicleta de participar do movimento.
Essa proposta havia sido levantada por setores ligados à igreja católica e por setores ligados ao governo de Edinho Silva, prefeito de Araraquara e filiado ao PT. Ao mesmo tempo, o PT da cidade se negou a participar das reuniões de organização do ato em si e somente no dia 4 de setembro comunicou que iria participar da manifestação, sem se comprometer a fazer a convocação devida.
Além disso tudo, a arte com o chamado da bicicletada (uma arte verde e amarela) foi lançada apenas 2 dias antes do ato, o que demonstra mais uma vez que não há a tentativa de organizar algo sério e chamar toda a população para participar da atividade, além de impedir um debate mais aprofundado sobre se é pertinente sua realização ou não.
Todos os militantes que forem à bicicletada devem saber que serão bem-vindos no ato posterior pelo Fora Bolsonaro, mas é importante que saibam que estarão fazendo parte uma manobra para minar os atos na cidade e afastar a população.
Confirme sua participação no ato de Araraquara pelo link:
https://www.facebook.com/events/597649374727935/?sfnsn=wiwspmo
