Está marcado um ato público em defesa do Instituto de Infectologia Emílio Ribas (IIER), no dia 28 de abril de 2022, às 11h, na avenida Dr. Arnaldo, 165.
O movimento está sendo impulsionado pelos residentes de infectologia do IIER, que estão mobilizando todo o corpo clínico, as equipes de enfermagem, equipes multiprofissionais, pacientes e toda a sociedade civil.
As pautas da mobilização são as seguintes:
1) Ausência de edital correspondente a concurso público para contratação de equipe de enfermagem para o Emílio Ribas, que está defasada para atender a demanda atual e é insuficiente para cobrir os novos leitos de enfermaria que serão abertos até o meio do ano;
2) Na ausência deste edital, impossibilidade de abertura dos novos leitos de enfermaria com equipe de saúde contratada pelo estado, o que nos coloca em risco iminente de terceirização desse setor;
3) Considerando a possibilidade de terceirização de um setor chave para o funcionamento do hospital, a queda na qualidade da assistência oferecida aos nossos pacientes e na qualidade de ensino dos nossos residentes, na maior residência médica de infectologia e maior centro de referência em infectologia do nosso país.
“Sendo assim, nos manifestaremos pela sobrevivência do Emílio Ribas e pela manutenção de sua natureza e vocação inegociável”, colocaram os manifestantes.
O Instituto de Infectologia Emílio Ribas, ou Hospital Emílio Ribas, como é popularmente conhecido, vem enfrentando a precarização dos seus serviços há anos. É a antiga fórmula do PSDB, que direciona a “gestão” do estado para colocar em prática a privatização da saúde e de demais serviços públicos de São Paulo.
Uma das questões centrais é a sistemática falta de concursos públicos para repor as equipes. Um método que o governo do estado usa em relação a novas contratações é arrastar as solicitações de abertura de edital para concurso público ao máximo. Depois, devolve os processos, solicitando novas informações. Por fim, depois do concurso feito, demora tanto para convocar os escolhidos que muitos profissionais, principalmente os mais especializados, rejeitam a vaga, pois muitos já conseguiram novos empregos.
Outra questão são os salários que, propositalmente, são muito fora do comum do mercado. O estado faz o que ele mesmo proíbe à rede privada, como, por exemplo, definindo um salário base menor do que o mínimo. Finalmente, são as tramoias usadas para categorizar o serviço como ruim, receitando, para sanar este male, a privatização (ou, em outras palavras, terceirização).
O Hospital Emílio Ribas, apesar de toda essa sabotagem, conseguiu se organizar e ser referência durante a pandemia do covid-19, inclusive, atendendo diretamente qualquer um que chegue ao seu pronto socorro.
Uma pontuação importante é que, neste ato, é chamada a atenção para a falta dos profissionais da enfermagem. Setor que, indiscutivelmente, é essencial para o funcionamento de qualquer hospital.
Médicos do Brasil todo que desejam se especializar em infectologia fazem as provas para conseguir residência no IIER. Enquanto isso, a direita fascista, golpista, que não dá a mínima para a saúde do povo trabalhador, só conta quanto estão deixando de embolsar sem as Organizações de Serviço de Saúde (OSS), as primeiras instâncias de privatização do SUS.
Saiba mais:
O Instituto de Infectologia Emílio Ribas é uma das mais antigas instituições públicas do Brasil em atividade até hoje. É um hospital especializado no tratamento de doenças infecciosas com atendimento 100% voltado aos usuários do SUS – Sistema Único de Saúde.
Localizado no que se chama hoje de “Quadrilátero da Saúde” da cidade de São Paulo, ao lado do metrô Clínicas, o Instituto de Infectologia Emílio Ribas era conhecido 130 anos atrás como Hospital de Isolamento – como o nome bem dizia, era isolado de tudo e de todos.
Atualmente em processo de reestruturação e modernização, sua complexidade é de nível terciário, onde é possível realizar consultas, exames laboratoriais e de imagem, procedimentos cirúrgicos e internações em um único lugar.
