Dados do Instituto de Segurança Pública do RJ revelam que após a restrição das operações policiais no RJ, em junho de 2020, o estado registrou 1563 mortes durante intervenções da polícia no estado, sendo que isso dá uma média de 3,4 mortos diariamente.
E a imprensa diz que houve redução nos índices em cerca de 30%. Coisa que nos deixa ainda mais estarrecidos, era ainda pior que isso. Dizem que foram 1693 tiroteios, 1178 mortes e 1353 feridos.
A imprensa golpista O Globo G1 anuncia que o STF (Supremo Tribunal Federal) volta a julgar o processo que trata da letalidade da polícia no RJ. Denominada de ADPF(Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental) das favelas, foi paralisado por pedido de vistas pelo ministro Alexandre de Moraes, um artifício que busca dar morosidade na resolução do processo, e tudo acabar em pizza, como sempre no país.
Isso ocorreu após outro massacre do povo no Salgueiro, que a imprensa e a justiça dizem que foram 9 mortos e os moradores contam cerca de 20 corpos. Pura coincidência a volta do julgamento? Não é a tentativa de reduzir a pressão e a revolta do povo contra o estado burguês, que pode tranquilamente levar ao incêndio de delegacias e tribunais do estado.
O escárnio que os braços armados do Estado, polícias civil, militar e forças armadas fazem com a população pobre e preta na periferia da “cidade maravilhosa” é por demais revoltante. Prova que não existe e nunca existiu nem sombra de democracia no RJ e no resto do país.
São chacinas atrás de chacinas, como a do Jacarezinho pela polícia civil, da Candelária, e contam com o encobrimento da imprensa golpista nos jornais e na televisão, que quando noticiam a mortandade nas periferias amenizam de forma grotesca e farsante o que de fato aconteceu.
Reduzem o número de mortos, de feridos, dizem que todos são bandidos e delinquentes, quando são na verdade trabalhadores desempregados que tentam sobreviver de alguma forma e por vezes são capturados pelo tráfico que oferece alguma forma de ganhar dinheiro e assim sobreviver, mesmo com todo o risco das operações que são submetidos.
Quando, de fato, o verdadeiro culpado é o estado, que não incentiva o desenvolvimento econômico e social e não gera condições mínimas para o povo sobreviver. Os incentivos do estado são apenas para os bancos e as empresas, para o capital que continua aumentando seus rendimentos, com crise econômica e pandêmica. Enquanto que os trabalhadores amargam o desemprego, as reduções de salários, perdas de direitos trabalhistas e previdenciários e acabam indo morar nas ruas por absoluta falta de opção.
Diante destes fatos, a conclusão não poderia ser outra, as polícias do estado burguês, tem como objetivo o extermínio da população negra, pobre e da periferia, para conter e amedrontar o povo escravizado e excluído da sociedade, para que não se levantem contra seus opressores, a burguesia, através do seu estado representado pelas instituições como o legislativo, executivo e judiciário. E para realizar essa operação de extermínio, utilizam o aparato policial, braço armado do estado, sempre em defesa dos interesses dos capitalistas nacionais e imperialistas.
Somente com o fim da polícia militar e civil a população pobre e preta poderá ter melhores chances de sobreviver. Tirar a polícia exterminadora e colocar em seu lugar comitês de defesa da própria população em cada bairro, empresa e escola. A organização do povo trabalhador é fundamental para acabar de vez com todo esse morticínio.