No último dia 4, o governo do Estado de São Paulo anunciou que fechará todas as bilheterias do Metrô e da CPTM até o fim de 2021. Isso representará um caos na vida do paulistano.
Tal medida tem o objetivo de cortar custos de operação do transporte público de São Paulo, que atende a milhões de pessoas diariamente. Como sempre, a economia promovida pela burguesia atinge diretamente a vida do trabalhador, que deverá portar um aparelho de celular se quiser utilizar o serviço. Ou seja, já não basta ter que pagar por um serviço que deveria ser gratuito, agora o cidadão tem de portar um eletrônico que custa um salário mínimo (isso os mais básicos).
Além desse transtorno no cotidiano, a decisão apresenta outra problemática: dos trabalhadores que cumpriam a função de guichê nos terminais. Segundo a Secretaria de Transportes Metropolitanos, esses serão alocados em outras funções. Contudo, é amplamente conhecido que essa é uma manobra pré-demissão. Logo, mais trabalhadores estarão em situação de desemprego. Mas, o importante é que o governo estadual comandado pelo identitário João Doria economizará gastos. Mais uma vitória do povo com Iphone na mão.
Esse cenário remete à mesma problemática do auxílio emergencial do governo federal durante o período da pandemia. Nesse programa, só quem tem acesso a um aparelho de smartphone teve direito a solicitar a ajuda de custo. Desse modo, aqueles que não têm tal acesso, em geral, os mais pobres, não puderam ou tiveram mais dificuldades em se inscrever. Ou seja, aqui temos mais uma semelhança prática entre Bolsonaro e João Doria, ou, se preferir, Bolsodoria.
A burguesia não mede esforços para piorar a vida da população, mesmo nos detalhes mais corriqueiros. O interesse do capital sempre estará acima do bem-estar dos trabalhadores.