Com mais de 15 mortos, pessoas desaparecidas nos deslizamentos de terra e nas enchentes, em Franco da Rocha, a população cobra do Estado obras de infraestrutura para evitar novas tragédias do porte.
Desde os estudos do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) em 2005 para a construção de dois piscinões, as obras até agora não tiveram início. As obras foram anunciadas pelo então governador Geraldo Alckmin (PSDB), em 2011, mas as desapropriações só ocorreram em 2019 pelo custo de R$5 milhões para o município.
Diante disso, o atual secretário estadual de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi (PSDB), disse que a demora é devido à espera das tratativas com o governo federal, que alega não ter verbas. A partir de agora, enfim, as obras terão início com verbas do Tesouro paulista.
Kiko Celeguim (PT), prefeito entre os anos 2013 e 2020, disse que as obras poderiam ter iniciado em 2018, ano em que os projetos executivos já estavam prontos. Bastava dar início às licitações, lembrando de acordo com os estudos do DAEE em 2005. Ele ainda diz que Franco da Rocha só é lembrada por conta das tragédias como enchentes, deslizamentos e suas vítimas. Lembra que quem tem o dinheiro são os governos do estado e o federal e que espera que coloquem em prática essas obras.
O que assistimos é o de sempre, um jogo de empurra empurra entre os governos estaduais e federal, no tocante à responsabilidade pelo atraso das obras que deveriam beneficiar à população pobre e trabalhadora. Se fosse em bairros de classe média ou alta, com certeza não haveria demora nem atrasos. Assim são os governos do PSDB, atuam contra a população trabalhadora da periferia.
As chuvas acontecem todo ano, umas mais fortes, outras menos. As tragédias são todas anunciadas por absoluta falta de ação dos governos tucanos. Uma hora alegam falta de verbas e outras que o tempo é imprevisível. Tudo conversa para boi dormir.
Segundo dados da Secretaria da Fazenda de São Paulo, em 2021 foram gastos apenas pouco mais da metade das verbas do orçamento para o combate de enchentes. Das verbas para obras no orçamento, foram gastos menos da metade.
Isso nos leva à conclusão que faltou vontade política para realizar as obras, uma vez que havia dinheiro disponível para ser usado. E são desculpas em cima de desculpas para justificar o injustificável, uma vez que se trata de prejuízos em vidas e em dinheiro, para a classe trabalhadora que vive, por falta de opção nesses locais de alto risco.
De fato o que ocasiona mortes e prejuízos aos trabalhadores são os governos tucanos, e em particular o de João Doria. Tanto em 2020 como em 2021, houve tragédias com enchentes e deslizamentos em várias cidades do estado. E todo ano é a mesma coisa, sem que nada seja feito para amenizar os estragos para o povo.
Com todo esse descaso pelo governo para a população das periferias, é necessário que o povo se reúna em conselhos populares nos bairros, nas escolas e nas empresas e crie uma pauta de reivindicações, indicando obras de infraestrutura e de habitação para todos.
Com essa pauta precisam ir para as ruas e cobrar dos governos que deixem de dar desculpas esfarrapadas, e passem a agir prontamente para a melhoria das condições de vida da população. É nas ruas que o governo sente a pressão do povo por melhorias. Só sair das ruas com as pautas todas realizadas.