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Colunistas da COTV: “O que aconteceu na Vila Kennedy?” por Rafael Dantas

Não perca os colunistas da Causa Operária TV no Youtube, diariamente às 12 horas. Ontem, o colunista foi o companheiro Rafael Dantas, que tratou do tema  “O que aconteceu na Vila Kennedy?”:

“Olá, eu sou Rafael Dantas e sou o colunista de hoje da Causa Operária tv, e é preciso falar sobre o que aconteceu na semana passada na Vila Kennedy, no Rio de Janeiro, onde o exercito está fazendo uma série de operações como parte do plano que eles afirmam ser um laboratório para intervenção militar no Rio De Janeiro, que foi decretada em meados de fevereiro.

O que é novo, que chamou atenção na última semana, foi que após seis incursões das forças armadas na favela principalmente destruindo as barricadas que foram levantadas pelo tráfico de drogas, que impede o acesso à comunidade, nos últimos dias o que se viu foi a cena que foi realmente um escândalo: as escavadeiras, dessa vez não do exercito que foram utilizadas intensivamente nas últimas semanas tentando destruir essas barricadas, essas lombadas instaladas à revelia do poder público. Nós vimos aí escavadeiras da prefeitura esmagando os quiosques, os pequenos comércios montados ali na entrada da favela, acompanhando essa ação violenta contra os pequenos comerciantes na sua esmagadora maioria moradores da Vila Kennedy, se viu aí o acompanhamento da tristeza, da dor daqueles que perderam tudo o que tinham, daqueles que perderam seu meio de sobrevivência.

Não haveria destruição desses quiosques com tamanha violência como se viu, não fosse o fato de as forças abrirem caminho para esse tipo de ação. O próprio prefeito do rio de janeiro afirmou que a ação extravasou, ultrapassou os limites, não por ter sido um abuso do poder. Ninguém vai assumir a responsabilidade por isso. A prefeitura foi a primeira a tirar o corpo fora, dizendo que essa ação não havia sido autorizada, planejada para ocorrer daquela forma, resta explicar então porque a prefeitura estava lá com todo aparato necessário e indispensável para a destruição daqueles quiosques daquela maneira. É o que se diz a respeito da intervenção militar na vila kennedy. Ela é como os próprios militares já disseram: um laboratório para a intervenção no rio de janeiro como um todo, mas o que está evidente, uma vez que o exército, as forças armadas de modo geral vêm se preparando abertamente (isso já é fato notório desde o ano passado com as operações de garantia da lei e da ordem) que tornariam um exercício como esse que vem sendo feito na vila kennedy, algo secundário uma vez o grande laboratório, o grande ensaio, vem se dando desde o ano com operações de larga escala e em todo o país.

Tá certo para intervir no rio de janeiro como um todo, nas dezenas de comunidades e favelas, espalhadas por toda cidade, você precisaria buscar uma maneira de preparar as forças que estão ali ocupando o rio de janeiro para a ação no meio da população. Mas a ideia de que se trata de um laboratório não se resume a isso, não se limite a de que maneira os militares vão efetivamente entrar nas favelas, se enfrentar com a população, com o que eles afirmam ser os verdadeiros inimigos da paz, da ordem pública: os traficantes de drogas.

O esmagamento dos quiosques, um parênteses aqui, se vê de maneira paralela à ofensiva feita em nome do combate ao crime organizado que é preciso deixar claro que quando se trata do trafico de drogas estamos falando concretamente de um comercio ilegal, colocado lado a lado com o comercio ilegal dos pequenos comerciantes que vendem comida e tantas outras coisas na entrada da favela, se vê, portanto, que a ação em geral das forças armadas não se dirige necessariamente contra a ameaça à segurança publica, mas em geral ao povo pobre que encontra sua maneira de sobreviver em diferentes níveis de periculosidade.

Então quando estamos falando de um laboratório para intervenção no rio de janeiro, como havia dito antes, nós temos que entender que o próprio rio de janeiro é um laboratório para a intervenção militar no brasil em larga escala. Isso tem que ser entendido de maneira bem concreta. Não se trata de simplesmente de uma intervenção na segurança publica no brasil em larga escala. Ainda não encontraram um pretexto forte o suficiente para justificar uma intervenção militar dessa maneira mas fica evidente que uma intervenção militar em grande escala é efetivamente um golpe de estado militar, ou seja, uma tentativa dos militares de se apossar do poder pela via da força. É isso que está em jogo quando nós discutimos e denunciamos a intervenção militar no rio de janeiro. O esmagamento da população, a ofensiva contra o povo pobre se dará em escala ainda maior, e muito mais desastrosa para a população pobre e trabalhadora do país como um todo.

Que outros indícios apontam para que as coisas estão caminhando nesse rumo, sentido?  O próprio comando das forças armas já declarou, e a gente já falou sobre isso, em inúmeras oportunidades, nossa imprensa fala sobre isso regularmente, quando o general Villas Boas, o comandante do exército, disse que era preciso ter garantias para que o exército possa agir sem essas ações venham a parar  numa nova comissão da verdade, ou seja, ele quer carta branca para que o exército possa atacar a população, matar, e não ser punido, não ser penalizado pelos crimes que venha a cometer. Isso se dá também com outras medidas como a que já foram aprovadas pelo governo temer de que as ações dos militares não sejam objeto de julgamento na justiça comum mas sejam julgadas pela justiça militar, ou seja, os próprios militares é que vão decidir se aquilo que eles fizerem realmente atenta contra os direitos, atenta contra a população. Um verdadeiro absurdo. Agora, quando nós estamos falando de um laboratório, como dissemos aqui, temos que pensar também no preço que vai ser pago pela população por esse laboratório dos militares que estão aí, como o próprio Eduardo Villas Boas afirmou: são os mesmo de 64. Quer dizer, atuam no mesmo espírito, com o mesmo propósito, e com os mesmo métodos daqueles que deram o golpe militar de 64, um laboratório para o golpe é a preparação efetiva nesse momento aqui, em uma nova etapa superior para uma intervenção militar.

Quando nós estamos falando que as tropas no rio de janeiro estão se preparando para lidar com a população , nós estamos falando do exército em escala nacional se preparando para um enfrentamento e para as consequências que isso pode ter. por quê? Porque neste momento o maior obstáculo, a maior ameaça à direita golpista e do exército golpista, é a reação da população. Essa é verdadeira incógnita nesse momento sobre o que efetivamente pode acontecer uma vez que as aproximações sucessivas dos militares, as diferentes iniciativas e experiências que vêm sendo conduzidas se generalizem e sejam conduzidas de maneira centralizada para a tomada de poder no país. Como os trabalhadores vão reagir? De que forma os moradores das favelas do rio de janeiro, como os da vila kennedy, vão responder a essa gigantesca ameaça aos direitos e às condições de vida e tudo o que diz respeito à população pobre e trabalhadora?

Por esse motivo é eles tomam cuidado, por esse motivo é que eles vão com cautela, medindo cada passo, analisando a reação, a cada nova investida.

Então nesse sentido é necessário frisar uma vez mais : se o medo dos militares é que haja uma reação popular ao golpe militar, à tentativa de golpe que eles estão planejando, é preciso efetivamente planejar e organizar essa reação à investida dos militares. É a única defesa que o povo trabalhador no brasil tem, que pais de conjunto tem, para impedir, para evitar que nosso país mais uma vez seja arrastado para ditadura militar como a de 1964. É preciso fazer uma ampla campanha, é preciso sair às ruas como nosso partido vem fazendo nas favelas e morros do rio de janeiro para denunciar a intervenção militar, denunciar a tentativa de prisão do ex-presidente Lula que vem sendo conduzida em paralelo à todas essas operações e por meio dessa denuncia, por meio de um trabalho de agitação e discussão com a população, chamar a organizar comitês em defesa do povo pobre e trabalhador, comitês de luta contra a intervenção militar em todo o rio de janeiro, em todas as periferias, em todas as favelas e morros do rio de janeiro. Esse é o chamado que o nosso partido faz. Um chamado concreto à luta contra a intervenção militar, contra o golpe militar.”

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