Diante do caos e do projeto de imunidade pela aquisição da doença, o infame chamado de “imunização de rebanho”, expondo trabalhadores ao vírus da pandemia causadora da Covid-19, temos na situação desesperadora e o início de uma mobilização de um dos setores chaves da sociedade: o transporte urbano.
A Greve parece o único instrumento de força capaz de impor a política correta de proteção aos trabalhadores, obrigando o governo a entender que o trabalhador só deixará de ser contaminado e seus lucros imorais só poderão retornar para suas planilhas se o “rebanho” se mantiver vivo.
O desrespeito com o trabalhador dos transportes públicos é tanto, que a política adotada pelos empresários já resultou, conforme disse o secretário do Sindmotoristas, Francisco Xavier, 1.373 casos de Covid-19 com pelo menos 131 mortes, praticamente 10% dos infectados.
O presidente da FTTRESP, Federação dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário do Estado de São Paulo, Valdir de Souza Pestana, disse: “Chegamos ao limite da nossa paciência. Estamos assistindo nossos colegas morrendo por estarem exercendo a sua profissão. As empresas continuam lucrando, despreocupadas com a vida de seus funcionários, portanto são solidariamente responsáveis por esse caos”.
Os transportes públicos parecem verdadeiras UTIs ambulantes, com enorme concentração de carga viral na forma de aerossol, com seis pessoas por metro quadrado respirando o ar que na loteria macabra poderá ser fatal. Caso tenha sorte, terá sequelas ainda em estudos pelos pesquisadores, o que para o trabalhador poderá significar condição incapacitante.
Segundo o Deputado Federal José Valdevan de Jesus Santos, PL-SE, O Valdevan Noventa, presidente do Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo, Sindmotoristas, a Greve da categoria está prevista para o dia 20 de abril com a participação de motoristas de aplicativos, caminhoneiros, motoboys e outros transportadores que se juntarem no protesto.
A chamada grevista setorial poderá ser muito bem utilizada por outras categorias da classe trabalhadora para forçar soluções reais, efetivas, acelerar a vacinação, obrigar a ajuda emergencial, impor aos capitalistas a realidade objetiva da situação e a saturação do tratamento escravagistas.
A situação é nacional, com casos mais drásticos nos grandes centros, São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, mas o início das chamadas paredistas mostram o caminho da mobilização dos trabalhadores, pois sabemos que o único caminho de força do trabalhador é a Greve.
A classe trabalhadora já compreendeu que esperar a burguesia e suas soluções paliativas apenas o coloca na fila da desgraça, por isso toda organização no momento será fundamental não somente para colocar comida na mesa, mas para proteger a si mesmo e a sua família da Covid-19.