É uma realidade sentida e vivida por todos os trabalhadores bancários, de que com os atuais salários que eles recebem não é possível continuar. Sobra cada vez mais mês no fim dos seus salários.
É uma realidade que não pode esperar até setembro, data-base da categoria, com a miséria que estão recebendo no dia do pagamento, que mal dá para os gastos elementares com a sobrevivência, como alimentação, para não falar de outros itens que um salário que se preze deveria assegurar: habitação, saúde, educação, vestuário e transporte. Deixando de lado o lazer porque este, há muito, é um luxo que pouquíssimos podem desfrutar.
Segundo o DIEESE, para que uma família de quatro pessoal fosse alimentada convenientemente (sem incluir gastos outros de qualquer tipo), teria que receber agora (e não em setembro) o mínimo (R$ 1.200) multiplicado o seu valor pelo menos 2 vezes (R$ 2.400 mil). Incluídos todos os gastos que o mínimo deveria cobrir (além da alimentação, também saúde, transporte, habitação, educação, vestuário e lazer), seu valor teria que ser pelo menos seis vezes maior do que o fixado (ou seja, R$7.000).
Quantos bancários recebem esse mínimo que, mesmo calculado por um instituto mantido pelos sindicatos, é visivelmente baixo e não corresponde à realidade, ficando muito aquém das necessidades de uma família? Já os “representantes do povo”, que aprovam salários miseráveis para os outros, se autopresenteiam com reajuste que fazem com que seus parcos vencimentos alcancem a bagatela que ultrapassa os 100 mil reais.
Enquanto a nossa situação se deteriora e o nosso poder aquisitivo, com o do conjunto dos trabalhadores, bate no fundo do poço, o governo perde por completo o controle da situação política (substituições de ministros, nas estatais etc.) e econômica (a recessão se aprofunda, a inflação se mantém em alta e é reajuste em cima de reajuste no preço de tudo).
É preciso dar um basta a toda essa situação, a começar lutando pelo que é do povo de direito. Mais do que nunca, é urgente e necessária uma Campanha Salarial que, efetivamente, dê conta de dobrar os patrões e quebrar o arrocho, além de barrar as demissões, as privatizações, as terceirizações e demais ataques feito pelos banqueiros e seus prepostos nas instituições do Estado (Executivo, Legislativa e Judiciário). Tal luta, para ser consequente, deve se dar pela mobilização e luta unitária de toda a categoria, bem como ao lado dos trabalhadores do todo o País.
A categoria bancária, com o golpe de Estado de 2016, que teve como um dos principais financiadores os banqueiros nacionais e internacionais, estão comendo o pão que o diabo amassou. Apenas uma gigantesca mobilização, do conjunto dos trabalhadores bancários, poderá barrar a ofensiva reacionária da direita golpista. Lutar é preciso, vencer é possível.