O Brasil atravessa uma das piores etapas da sua história. A estagnação econômica ingressa numa etapa de retrocesso jamais vista. Enquanto prospera a perspectiva de um sucateamento da indústria nos principais ramos produtivos, alastra-se a especulação financeira. A política de privatizações e de maior integração do País ao mercado mundial imperialista, conduziu à destruição em grande escala da economia nacional. Nos últimos tempos cerca de 40 milhões de brasileiros estão literalmente morrendo de fome. Os sistemas de saúde e educação estão completamente falidos.
A causa fundamental desta situação é a falência do capitalismo nacional, o qual através de seus políticos e economistas, mostrou-se incapaz de erradicar o atraso econômico, o problema do campo e de libertar o País da opressão do capital estrangeiro.
O governo golpista de Jair Bolsonaro, marionete do imperialismo norte-americano, apenas se mantém devido à gigantesca manipulação da opinião pública feita pela burguesia nacional, pelo imperialismo e da venal imprensa capitalista.
A fraqueza política do atual governo se expressa, na atual situação, as suas debilidades e as tendências à divisão da classe dominante evidencia-se no atual processo eleitoral, quando os setores mais fundamentais da burguesia, nacional e internacional, como os banqueiros, por exemplo, tentam a todo o custo levantar a bola da 3ª via.
A política recessiva do governo, mostrou-se de imediato como ineficaz para conter a inflação, mas como um instrumento eficaz de ataque às massas através do arrocho salarial e demissões em massa dos trabalhadores.
Não há perspectiva para os trabalhadores sem uma luta de morte contra o imperialismo e seus representantes em solo brasileiro. As reivindicações dos trabalhadores só poderão ser consequentes se levadas adiante com total independência da burguesia e de todas as suas variantes pretensamente democráticas e nacionalistas.
É nesse sentido que o desmantelamento dos bancos estatais tem de ser entendido como parte da política econômica do governo, de atendimento aos interesses políticos e econômicos da capital imperialista, contra os interesses da classe trabalhadora e de todo o povo brasileiro.
O que se verifica no último período, com a política dos prepostos do governo neoliberal Bolsonaro à frente dos bancos públicos de reestruturação, é um quadro de terror, com o achatamento salarial, terceirizações, demissão em massa, assédio moral, descomissionamentos, fechamento de centenas de agências, sucateamento, etc., fruto de uma política deliberada com o objetivo claro de pavimentar o caminho da privatização.
Na campanha salarial dos bancários, que teve o seu fim com a aceitação, por parte das direções sindicais, de um acordo ultra rebaixado, tinha como um dos pontos fundamentas de reivindicações, aprovada na Conferência Nacional dos Bancários, a luta contra as privatizações dos bancos públicos, ao contrário disso, o que se verificou foi uma completa adaptação das direções do movimento às intermináveis mesas de negociações sem que uma verdadeira mobilização fosse organizada para combater as tendências privatistas do governo.
É preciso dar um basta à política de capitulação das direções sindicais e aprofundar uma política que se materialize na retomada de um movimento de organização da base da categoria e classista, que combate as tendências burocráticas das direções que emperra o movimento dos trabalhadores.
A Corrente Sindical Nacional Causa Operária Bancários em Luta tem como uma das suas principais bandeiras a Estatização do Sistema Financeiro sob o controle dos trabalhadores e, nesse sentido, propõem a formação imediata de Comitês de Luta, como forma concreta de aprofundamento da discussão nos locais de trabalho, para a mobilização dos trabalhadores e travar uma luta sem trégua contra a opressão nos locais de trabalho e contra a reestruturação, meio pelo qual os patrões tentam aprofundar a sua política de privatização.