O salário do trabalhador vale cada vez menos no Brasil e não para de cair, desde o golpe de Estado, em 2016.
O mês de maio de 2022 apresentou uma queda de 5,6% no valor do salário médio de contratação em relação a maio do ano passado, segundo o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). A inflação está pesando no bolso do trabalhador, algo proveniente da política neoliberal do governo Bolsonaro.
Em maio de 2021, o salário médio real de admissão era de R$2.011, enquanto que em maio de 2022, o valor ficou em R$1.898.
Pagando a conta
Os dados evidenciam que o trabalhador está pagando a conta de toda a crise gerada pela própria política dos grandes capitalistas e seus governos golpistas.
O governo alega ter criado 1,05 milhão de vagas formais de emprego em 2022. Contudo, isso não significa uma melhora de vida do povo brasileiro, já que tem trabalhado mais e recebido menos. Isso se os dados forem verdadeiros, o que não parece ser o caso tendo em vista a proximidade das eleições. Ou seja, o capitalismo está atuando conforme reza sua cartilha: sugando até a última gota de sangue do trabalhador.
Diante uma alta inflacionária anual acima dos dois dígitos, os valores atuais de contração, bem como o conjunto da massa salarial, mantém-se em queda e no mês de maio (R$1.898), foi menor que o valor de nove anos atrás, conforme mostra o gráfico abaixo, do Ministério do Trabalho, com base nos dados do IBGE.
A imprensa e a burguesia, em geral, põem a culpa desse quadro na inflação alta e no desemprego. Realmente, essas são uma causa da corrosão da renda da classe operária. Todavia, o cinismo burguês aponta o sintoma sem assumir sua própria responsabilidade pela doença. O capitalismo, baseado na especulação rentista, cobra seu preço, e quem paga a conta é quem trabalha (hoje em dia, podemos dizer em “quem tem o privilégio de trabalhar”).
Uma política premeditada
Sendo verdade que inflação e desemprego são os motores da tragédia social que vivemos, devemos, então, apontar as razões de sua existência. Em primeiro lugar, vivemos em uma acentuada política neoliberal, que privilegia o capital financeiro em detrimento da produção. O governo Bolsonaro não é o único responsável por tocar essa política adiante, ela é apoiada por toda a burguesia golpista, que apoiou o golpe e toda a política de retirada de direitos e expropriação salarial dos trabalhadores.
Essa política de drástica redução do poder de compra da classe trabalhadora, serve como uma luva aos interesses do grande capital imperialista de aumentar a sangria do País e nossa dependência submissão ao regime dos grandes monopólios.
Em meio à crise histórica do capitalismo, este intensifica por todos os meios a política de rapina dos países pobres e tem nas burguesias “nacionais” parceiros na expropriação dos trabalhadores, por meio do desemprego, arrocho salarial e devastação da economia nacional com as privatizações e todo tipo de medida entreguista.
Bolsonaro e os demais golpistas cumprem o papel de entregar as riquezas do País nas mãos dos imperialistas, e é isso que faz a vida do brasileiro piorar em todas as condições.
Desse modo, apontar inflação imediata e o desemprego como causas únicas da perda de renda não basta. É preciso explicar o porquê desses problemas existirem. Nesse sentido, é preciso lutar por uma política que enterre o neoliberalismo, fortalecendo a indústria nacional para a geração de empregos, expropriando o grande capital financeiro (estatização dos bancos) para garantir crédito para os trabalhadores e pequenos proprietários, nacionalizando o petróleo e todas as riquezas minerais, para gerar recursos para o financiamento do desenvolvimento nacional, no sentido do atendimento dos interesses da maioria da população.
Estas e outras medidas, só será possíveis por meio de um amplo processo de luta, de um enfrentamento e derrota de todas as alas da direita golpista, que ponha abaixo o atual regime golpista e abra caminho para um governo dos trabalhadores, com Lula Presidente. E que se convoque uma Assembleia Constituinte, Livre, Soberana e Democrática, sobre a base da mobilização revolucionária das massas populares.