Historicamente, o 1° maio, dia do trabalhador, foi considerado feriado internacional em decorrência de intensas lutas da classe trabalhadora no século XIX, sobretudo em Chicago, nos Estados Unidos.
Nesta época, a jornada de trabalho era de 12 horas ou mais, sem dia para descanso. Os salários eram baixos e as condições de trabalho inseguras e insalubres, acarretando problemas de saúde aos funcionários e ocorrência de acidentes frequentes.
Neste cenário, os trabalhadores norte-americanos se uniram para realizar protestos diversos, muitas vezes violentos, culminando numa grande greve geral. Foram reivindicadas a redução da jornada de trabalho para 8 horas, e denunciadas as péssimas condições trabalhistas. Tais lutas se seguiram sendo reprimidas com muita violência. Alguns líderes do movimento foram presos e condenados a morte.
Voltando aos dias de hoje, entendemos que, ao considerarmos o 1° maio – feriado, descanso do trabalho, deve-se recobrar à consciência das pessoas a luta histórica dos trabalhadores, momento providencial para emergência de mobilizações por melhores condições de trabalho.
É por isso que consideramos muito positiva a recente declaração do presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre, relativa ao próximo 1° de Maio: “O 1° de Maio precisa ser um marco na luta pelo Fora Bolsonaro”. Isso porque, com Jair Bolsonaro no poder, “a classe trabalhadora não tem futuro. Derrotar Bolsonaro e tudo o que ele representa é nossa grande tarefa” (declarações presentes no sítio da CNTE – Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, de 22 de abril de 2022).
Estamos de acordo com Sérgio Nobre sobre o fato de que, na data da maior luta do trabalhador, é urgente que lideranças sindicais mobilizem a classe trabalhadora a lutar pela queda deste presidente fraudulento, nesta posição por conta do golpe de estado de 2016.
Ora, Bolsonaro só causou retrocessos na vida dos trabalhadores! Desde o início de seu governo, atacou as organizações sindicais e os direitos de trabalhadores (via reforma da previdência) e servidores públicos, aumentou a idade mínima para aposentadoria, reduziu os valores de pensões e aposentadorias de servidores da União e trabalhadores da iniciativa privada, além de muitos outros retrocessos, em variados setores.
Por fim, aproveitamos também para fazer dois apontamentos. O primeiro deles se refere a importância da retomada das manifestações presenciais do dia do trabalhador. Os atos de 1° de maio não ocorriam há dois anos, e esta paralisação foi justificada pela pandemia. Consideramos incoerente esta posição: por segurança sanitária, o trabalhador não foi convocado para lutar pelos seus direitos. No entanto, não foi realizado o confinamento efetivo das pessoas em São Paulo. Somente a classe média ficou em casa, trabalhando em suas residências, enquanto que o povo, no geral, seguiu utilizando transportes públicos cheios, rumo a labuta. Ou seja, se era permitido trabalhar e usar transporte lotado, por que não era possível se manifestar?).
O segundo ponto que chamaremos atenção se refere ao local escolhido para a manifestação em São Paulo: ao invés da avenida Paulista, escolheram a Praça Charles Muller, situada em bairro de classe média alta, sem estações de metrô próximas.
A avenida Paulista é conhecida por todos por ser um local estratégico, com fácil acesso aos cidadãos: diversos pontos de ônibus e estações de metrô. A Paulista constitui um centro administrativo importante, concentrando grandes edifícios sedes de bancos – muito mais apropriada para o engajamento do trabalhador e o sucesso do ato!
O PCO apoia a retomada das manifestações presenciais com este ato convocado pela CUT (às 10 horas), e estará presente no local, engrossando o caldo do movimento, clamando pelo fora Bolsonaro e por melhores condições de trabalho e de vida.