Motoristas e cobradores de ônibus da Região Metropolitana do Recife PE passaram a sofrer, a partir do último dia 08 de abril, os efeitos da draconiana MP 936/2020 Medida Provisória) do famigerado e ilegítimo governo Bolsonaro que, dentre outras cláusulas, determina a redução salarial dos trabalhadores. Tal medida vai no sentido de salvar os capitalistas da crise do coronavírus e econômica, nacional e internacional, ao contrário do divulgado pela imprensa golpista de “preservar os empregos” dos trabalhadores.
Entre os dias 30 e 31 de março as empresas de ônibus haviam demitido cerca de 3 mil trabalhadores dentre motoristas e cobradores, depois de muitas negociações entre os patrões e os representantes dos trabalhadores, se chegou a um acordo em que todos os demitidos voltarão para as suas empresas, mas a com a redução de 40% dos seus salários e 70% de redução da sua jornada de trabalho.
Como a MP vai no sentido de transferir os recursos dos trabalhadores para os capitalistas, o complemento salarial dos rodoviários será feito através do auxílio desemprego, na mesma proporção da perda, ou seja, o acordo atende aos interesses dos patrões em que os próprios trabalhadores arcarão com os seus próprios salários, além, é claro de avançar nas medidas que retira direitos dos trabalhadores, conquistados através de muitas lutas, tais como redução salarial (garantia constitucional) e garantia no emprego.
É evidente que os patrões, no caso específico as empresas de ônibus da grande Recife, se utilizaram da ameaça de demissão na tentativa de impor a redução salarial dos seus empregados.
Tal medida acabou por contar com a colaboração das direções sindicais que não veem outra alternativa a não ser atender as exigências patronais. Para o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Aldo Lima, “a MP do governo federal não é o ideal por que reduz o salário do trabalhador, mas vemos como uma vitória porque conseguimos garantir todos os empregos de quase três mil profissionais no momento em que o país vive” (site Uol 08/04/2020)
A assinatura do acordo de redução dos salários dos trabalhadores, em favor dos patrão, vai totalmente ao contrário do papel de uma verdadeira direção de luta dos trabalhadores. Os patrões e seus governos jogam nas costas dos trabalhadores todo o ônus da crise e, a implantação da MP 936 para categoria é uma demonstração clara da ganância dos empresários que só tem um objetivo: manter os seus privilégios às custas da miséria da classe trabalhadora. Além disso a assinatura do acordo abre a possibilidade de, após crise do coronavírus, os patrões continuem com a política de massacre aos direitos dos trabalhadores em benefício próprio.
Tal situação de ataque aos direitos dos trabalhadores só poderá ser barrada através da luta e da mobilização massiva e unitária de toda a categoria dos rodoviários. Os trabalhados devem exigir a manutenção dos seus empregos sem a redução salarial. Se persistir os ataques não há outra alternativa que não seja uma greve geral de toda a categoria até que todas as reivindicações dos trabalhadores sejam atendidas. Nenhum dinheiro para os capitalistas; nenhuma demissão, escala móvel de horas de trabalho; redução da semana de trabalho para 35 horas semanais sem redução salarial.