Os trabalhadores em frigoríficos são a categoria da produção com o maior índice de acidentes e doenças do trabalho no Brasil, sendo a primeira em se considerando a indústria. Com a pandemia do coronavírus esta situação se agravou.
Com um contingente de mais de 600 mil trabalhadores, este setor de produção em que os funcionários são tratados feito escravos, tem que dar o sangue, literalmente falando.
Os trabalhadores são submetidos a temperaturas muito abaixo de zero graus centígrados, chegando a ter que suportar temperaturas superiores a 50 graus negativos sem equipamentos adequados para suportar tamanha situação, sem inclusive ter o que é estipulado na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o intervalo térmico, mais conhecido como horário de esquenta. Não bastasse tamanha aberração, esses operários, como os desossadores, por exemplo, tenham que efetuar a desossa de um dianteiro, ou traseiro de um boi em apenas um ou um e meio minuto, e de frango é, ainda pior, em sua maioria, a desossa de frango é realizada por mulheres e, elas são obrigadas a desossar uma coxa sete ou mais coxas de frango em período idêntico ao do boi, ou seja, um ou um e meio minuto.
A tendência é de que os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) que trata da questão da epidemia do coronavírus seja ainda pior.
Muitos desses trabalhadores sofrem dilacerações, em consequência de cortes de objetos pontiagudos, amassamento de membros, devido ao excesso de peso que são obrigados a levantar e, aos poucos começam a ficar com os membros atrofiados, tornando-se inválidos pelo restante de suas vidas.
Neste período, os trabalhadores sofrem ainda mais, no entanto, ao reivindicarem, e inclusive pararem suas atividades em duas cidades de Santa Catarina, onde exigiam melhores condições de trabalho, mais espaçamento, ou mesmo a paralisação da produção, pois estavam vulneráveis ao contágio do coronavírus, tanto dentro das fábricas, quanto no momento de se deslocar, da casa para o trabalho e, do trabalho para casa, uma vez que tinham que ficar esperando no ponto de ônibus lotados no trajeto, dentro dos ônibus iam abarrotados. A vida dos trabalhadores esta sendo colocada em risco todos os dias, no entanto, a situação de Santa Catarina não é diferente das demais cidades onde estão espalhados os frigoríficos pelo país.
Em Santa Catarina, o judiciário, definiu que a industrialização da carne é serviço essencial, por isso os frigoríficos não podem fechar e os trabalhadores têm que se sujeitar, ou fica em casa e é demitido, ou se sujeita a ficar trabalhando e contrair o covid-19.
Os patrões dos frigoríficos e o governo, como o fascista Bolsonaro, para satisfazerem a burguesia e a pequena burguesia estão decididos a fazer com que seus funcionários morram a paralisar suas atividades.
É necessário a realização imediata de uma greve que abranja o conjunto dos trabalhadores para defender, entre outras atrocidades o direito de não morrer em virtude do descaso do governo e dos patrões quanto ao sucateamento da saúde, que não está, nem um pouco preocupado com os trabalhadores.
É necessário garantir a estabilidade dos trabalhadores no emprego, a redução na jornada de trabalho sem redução de seus salários, condições de higiene, com equipamentos de proteção e segurança (EPIs), incluindo álcool gel, luvas, e mascaras.