Nesta quinta feira dia 23 de julho, a Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) realizou um comunicado aos seus funcionários informando que só iria “pagar 90% dos salários de julho”. No comunicado, a direção da empresa alega que em função da Pandemia houve uma diminuição da demanda, prejudicando a arrecadação que não seria suficiente para saldar o compromissos financeiros. Informa ainda ter recorrido ao governo do estado de São Paulo sobre a situação.
A nota foi enviada aos funcionários por e-mail e informava que mesmo operando com 35% da demanda de passageiros “conseguiu manter a oferta de trens em até 100%, de acordo com a demanda, e honrou o salários e benefícios dos funcionários integralmente ao longo destes 4 meses”. Quanto aos salários de seus funcionários a companhia afirma que “vai pagar 90% do salário de julho dos funcionários, com o restante sendo pago assim que houver receita”, não especificando prazo o acerto dos 10% devidos.
Na comunicação, o Metrô coloca ainda que afora a queda no faturamento em razão da pandemia, “Esta situação foi gerada pelo repasse, feito pela Secretaria de Planejamento do Estado, inferior às necessidades informadas exaustivamente pelo Metrô”. Procurado o governo do estado de São Paulo alegou apenas que “o Metrô é uma empresa independente”, mesmo o Metrô sendo “uma empresa pública estadual, parte integrante da administração indireta do Estado de São Paulo” conforme seus estatutos, o governo também mencionou que “Estados e municípios esperam apoio federativo para as empresas de transporte”.
O Sindicato dos Metroviários de São Paulo, que estaria no meio de uma negociação para prorrogação do Acordo Coletivo que rescindiu em abril, supostamente foi pego de surpresa e desconhecia o corte salarial. Segundo o jornalista do sindicato Rogério Malaquias “O sindicato só quer a manutenção do Acordo Coletivo que venceu em 30 de abril. Estamos até abrindo mão do reajuste salarial para ter a manutenção de todas as cláusulas do Acordo”, o que denuncia uma posição vergonhosa de renunciar aos reajuste salariais.
O corte de salários e benefícios da categoria é um primeiro passo, com intuito de preparar o caminho para ataques mais agressivos. É certo que após os cortes, se não houver mobilização, logo virão as demissões e terceirizações massivas.
Todos os sinais indicam que a burguesia agindo como uma classe, está preparando as condições para um ataque extensivo e organizado contra a classe operária. Temos que ter certo que essas ações são muito mais profundas que os ataques deferidos até o momento e custarão ainda mais alto a toda a população, fazendo com que o estrago das milhares de demissões, falências de pequenas empresas ocorridos até o momento pareçam pequenos.