Os professores da rede municipal de Gurupi, no sul do Tocantins, iniciaram sua greve no dia 17 de agosto, o movimento paralisou diversas escolas da cidade. No mesmo dia os manifestantes fizeram uma passeata pelas ruas de Gurupi e se reuniram na Praça Santo Antônio.
A principal pauta dos professores é o reajuste de 33,24% no piso da carreira do magistério. A Lei do Piso foi sancionada em 2009 pelo então governo Lula, que aprovou essa lei para diminuir as discrepância entre os professores de norte a sul do país.
No sábado, dia 20 de agosto, o Tribunal de Justiça julgou a greve ilegal, “considerando que os dias letivos perdidos durante o movimento grevista prejudicariam os estudantes, sobretudo com o agravamento da situação decorrente da pandemia da Covid-19”. Um absurdo, pois os professores de norte a sul do país trabalharam durante a pandemia, uns de forma remota, outros presencial e, além disso, a greve é um direito constitucional e o reajuste do piso é um direito previsto em lei para os professores.
A justiça deveria ter a mesma rapidez e obrigar o prefeito a pagar a lei do piso para os professores, que estão esperando a mais de 7 meses esse reajuste. De acordo com essa lei, o reajuste deveria ter sido concedido em janeiro de 2022. Diante da truculência da justiça, os professores devem manter a sua greve.
A Prefeitura de Gurupi foi um dos municípios que não concedeu o reajuste. Diante da greve o prefeito em um primeiro momento disse que iria negociar, porém vimos que recorreu a justiça para massacrar os professores.
O reajuste deveria ter sido concedido em janeiro de 2022 e se algum município não tivesse arrecadação, este deveria ser fornecido pela União. Os profissionais da educação não pode ficar sem esse reajuste, sobretudo na situação de crise em que vive o Brasil atualmente, onde os salários em seu valor comum não são o suficiente para a vida do trabalhador.
Os professores do Tocantins estão no caminho certo, somente com a mobilização dos trabalhadores vão obter seus direitos. A criminalização da greve prova que a justiça atende aos interesses da burguesia, uma vez que é rápida para preservar suas reivindicações e criminalizar os trabalhadores, mas não em resolver as demandas dos professores.
Somente a mobilização e luta dos trabalhadores em escala nacional pode modificar essa política neoliberal de desmonte dos direitos e criminalização das greves. É preciso sair as ruas pelos direitos, por Lula Presidente e por um governo dos trabalhadores da cidade e do campo.