Os trabalhadores em transportes coletivos de Ribeirão Preto e região, desde a madrugada da última terça-feira (21), estão em greve porque os patrões não estão dispostos a negociar.
Os trabalhadores exigem reposição da inflação que em maio, data base da categoria, foi de 12.47%, bem como reajuste no vale alimentação e pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR).
Na quarta-feira (22), houve reunião com as empresas de ônibus e o Tribunal Regional do Trabalho, em Campinas. No entanto, os patrões se negaram a qualquer acordo, tão somente a reposição da inflação. Na audiência, não houve nenhum acordo e, desta forma, foi marcada nova negociação para a próxima terça-feira (28).
Conforme o sindicato dos trabalhadores, os patrões querem que todos os trabalhadores retornem ao trabalho, sem o aumento no vale e sem discutir a PLR. Isso quando a cesta básica já está ultrapassando o valor do salário mínimo.
O calote
Segundo o Sindicato dos Empregados do Transporte Urbano de Ribeirão Preto (Seeturp), são cerca de 700 motoristas em greve, além de funcionários como mecânicos, borracheiros e porteiros das garagens. Essa é a segunda paralisação dos motoristas de ônibus no ano. A primeira foi em fevereiro, por conta do atraso no pagamento de salários, e durou um dia.
Ou seja, o transporte que deveria ser público e gratuito é entregue nas mãos de capitalistas que querem esfolar a população e utilizar seus funcionários como escravos. Inclusive, não pagando os salários, querem que os trabalhadores retornem ao trabalho sem atender às suas reivindicações, como disseram de que a frota deve estar 100% nas ruas. Uma verdadeira afronta aos funcionários do transporte.
No entanto, foi estipulado pelo Tribunal Regional do Trabalho que parte da frota de ônibus esteja circulando, ou seja, 50% nos horários de pico e 35% nos demais períodos do dia.
Os trabalhadores estão certos em paralisar suas atividades e mostrar o descontentamento com os patrões na rua até que sejam atendidas suas reivindicações, pois esse é o único caminho. É preciso radicalizar, colocar em questão a situação dos ataques sofridos pelo conjunto dos trabalhadores, pois somente assim é que os patrões sentirão na pele que a greve não é de brincadeira.
É necessário, ainda, extrapolar a questão econômica, ir para a questão política, ou seja, tirar o governo Bolsonaro, que tem como objetivo retirar todas as conquistas da classe trabalhadora e, desta forma, todas as conquistas serem retiradas por esse governo. Nesse caso, é necessário colocar Lula na presidência, tendo como propósito um governo dos trabalhadores como reivindicação central.