No último dia 30 de dezembro terminou o prazo do Banco do Brasil para o Mutirão de renegociação de dívidas com o banco. Uma das questões que mais chama a atenção, é que os descontos para as dívidas com os ruralistas podem chegar em até 95%, se liquidarem à vista os seus débitos. Além disso, o BB disponibilizou desconto nas taxas de juros e prazo de até 100 meses para renegociação a prazo das dívidas vencidas.
O governo ilegítimo Bolsonaro e seus lacaios à frente da direção do Banco do Brasil vem, sistematicamente, direcionando a maior parte do crédito para os grandes produtores. Para a safra 2021/2022, o banco anunciou R$ 135 bilhões em créditos, desse montante, R$ 87 bilhões serão para o agronegócio, o restante, R$ 34 bilhões serão divididos para a Agricultura Familiar e para o Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp). Da mesma forma que vem acontecendo anos a fio, no ano passado repetindo a mesma política de favorecimento aos grandes capitalistas, o BB disponibilizou em créditos rural no valor de R$ 94,7 bilhões, sendo que, desse total, R$ 64,6 bilhões foram para financiar o Agronegócio, R$ 14,4 bilhões aos médios produtores e apenas R$ 13,7 bilhões para a Agricultura Familiar.
Só para se ter uma ideia das gigantescas contradições desse setor da economia, onde meia dúzia de capitalistas são privilegiados pela política dos governos da burguesia, os 40 nomes ligados ao agronegócio que constam da lista de bilionários da Forbes, do total de 315 listados em todos os setores da economia, possui um patrimônio no valor total de R$ 248,38 bilhões. Enquanto isso, nas pequenas propriedades, mais de 2 milhões de família agricultoras, que representam 42% dos estabelecimentos rurais que comercializam seus produtos, têm valor de produção de até R$ 5 mil por ano, ou seja, renda de pouco mais de R$ 400 por mês. Enquanto a safra do Agronegócio está direcionada, apenas, a satisfazer o apetite dos grandes capitalistas, onde a produção está voltada, quase que exclusivamente para a exportação, a Agricultura Familiar garante 70% dos alimentos cheguem nas mesas dos brasileiros.
Mais essa medida, do governo golpista via Banco do Brasil, de favorecimento aos empresários do campo, mais uma evidência da farra com o dinheiro público. Mais uma maracutaia que visa transferir recursos da população brasileira para beneficiar meia dúzia de parasitas de ruralistas, que vivem nas tetas do Estado. É um verdadeiro negócio de “pai para filho”: o BB disponibiliza gigantescos recurso para financiar a safra dos grandes empresários, que não pagam as suas dívidas, para logo em seguida, terem essas mesmas dívidas, quando não perdoadas, terem um desconto de 95% delas.