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Dia dos Bancários

Dia dos bancários: a categoria não tem nada a comemorar

Ao contrário do acontecimento que originou a data de 28 de agosto, nos dias atuais a categoria bancária só tem a lamentar

No último dia 28 de agosto se comemorou o dia dos bancários. A categoria, no entanto, não tem nada a comemorar.

O dia do bancário, dia histórico dos trabalhadores, que marca do dia 28 de agosto do ano de 1951, quando o Sindicato dos Bancários de São Paulo entrou em greve por reajuste salarial, em resposta a negativa dos patrões ao apresentarem uma proposta irrisória, quando os trabalhadores reivindicavam 40% de reajuste salarial. A greve se espalhou por todo o país, mas os demais sindicatos, não aguentando a pressão dos banqueiros, aceitaram a proposta patronal. O Sindicato dos Bancários de São Paulo, numa demonstração de força dos trabalhadores, manteve a greve, arrancando, depois de 69 dias de greve, uma expressiva vitória, obtendo um reajuste nos seus salários de 31%.

Tal vitória foi um exemplo de luta, não só para os trabalhadores bancários, mas para as demais categorias, o que levou a ser instituído o dia 28 de agosto como o dia do bancário.

Ao contrário do acontecimento que originou a data de 28 de agosto que, naquele período os trabalhadores tiveram motivos para comemorar, nos dias atuais a categoria bancária só tem a lamentar.

A explicação de tal fato dever ser buscada na ação conciliadora que fundamenta a política do conjunto das direções sindicais e políticas.

Na campanha salarial dos bancários de 2020, mesmo em plena Pandemia do novo coronavírus, mesmo com os diversos ataques dos banqueiros à categoria bancária ao longo dos últimos dois anos, não houve campanha salarial naquele ano, em consequência o que ser viu foi a consolidação, sem luta, o arrocho salarial, quando os banqueiros reajustaram os salários em apenas 1,5%, sendo que a inflação (oficial) do período foi de 2,74% e retornam com a famigerada política de abono (uma esmola de R$2 mil, sendo que, descontado IR ficou um pouco mais de R$1 mil)

A campanha salarial foi apenas de forma virtual. Tudo bem que a luta pode se desenvolver de diversas formas, mas nenhuma delas pode substituir uma grande mobilização de toda a categoria, uma agitação real, de massa, nos espaços públicos, com os sindicatos abertos com objetivo de atender a demanda dos trabalhadores. Afinal de contas, os banqueiros e seus governos não ficaram nem um pouco sensibilizados com as “mobilizações” virtuais, sendo que, se houvesse uma real mobilização com certeza o desfecho da campanha traria consequências bem mais significativas para os bancários.

Em função da política de capitulação da burocracia sindical nas mesas de negociações com os banqueiros, não impulsionaram uma campanha salarial realmente de luta pelas reivindicações da categoria. Ao invés de impulsionar uma campanha real buscaram acordos com a Fenaban, que trouxe um enorme prejuízo para o conjunto dos bancários. Não avançaram na organização sindical e política da categoria na perspectiva de mobilização para a greve dos bancários. Com o pretexto de que não era possível fazer assembleias, atos e mobilizações presenciais durante a pandemia, abriram mão da luta tradicional da classe trabalhadora e realizaram apenas movimentos virtuais. A “campanha salarial” no final das contas ficou reduzida em defesa da manutenção de direitos, que os banqueiros tentam a todo o custo retirar: 13ª cesta alimentação, diminuição nos valore da PLR, corte nos 5 dias abonados anuais, no caso do BB, etc. As demais reivindicações , como reajuste das perdas salariais, roubados pelos banqueiros, aumento real, estabilidade no emprego, dentre outras, embora constassem na pauta de reivindicações não passaram de mera formalidades, tanto foi assim que a primeira proposta de reajuste de 1,5% no ano passado e de 0,5% para 2021, apresentada pela Fenaban, de rebaixamento salarial, foi de pronto aceito pela burocracia sindical e, além disso, amarrou a categoria por mais dois anos, quando assinam um acordo bianual, sendo que, mal assinado o acordo da campanha salarial, os banqueiros passaram para uma ofensiva reacionária e, em plena pandemia, demitiram em massa os trabalhadores bancários, aumentaram os ataques através das reestruturações, que acontecem nos bancos onde os banqueiros estão cortando funções, fechando agências e dependências bancárias, aumento da carga horária, assédio moral, além da política de privatização dos bancos públicos.

Nesse sentido para que a categoria bancária realmente possa comemorar o seu dia, é necessário que as atuais direções sindicais arregacem as mangas e passar a atuar numa perspectiva de enfrentamento contra os inimigos históricos dos bancários: os banqueiros e seus governos. A vitória da categoria somente poderá ser assegurada se houver uma radicalização da luta para barrar os ataques dos banqueiros. Além disso é necessário reforçar a mobilização em torno do Fora Bolsonaro e todos os golpistas, eleições gerais, Lula Presidente, ao mesmo tempo às reivindicações dos trabalhadores diante da crise.

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