Por quê estou vendo anúncios no DCO?

Rio de Janeiro

Caso Moise: PCO sai às ruas pelo fim da PM

A esquerda pequeno burguesa buscou um ato controlado, sem pauta política, as bases impuseram: fim da polícia já!

No último dia 5 de fevereiro, sábado, ocorreu o ato “Justiça para Moïse”, no Rio de Janeiro. A pauta faz referência ao assassinato que se tornou famoso pela brutalidade das imagens e pelo lugar em que ocorreu, a Barra da Tijuca, bairro nobre da cidade maravilhosa. Na ocasião, Moïse Mugenyi Kabagambe, trabalhador congolês, se dirigiu ao quiosque onde trabalhava, na praia da Barra, para cobrar o salário que não lhe havia sido pago. Ele foi, então, morto a pauladas por 5 homens ligados ao dono do quiosque.

Diversas organizações da esquerda se fizeram presentes, com destaque para a CUT. Foto: DCO

O caso teve repercussão nacional e, da revolta, surgiram atos por todo o país. No Rio de Janeiro, o ato foi marcado para o mesmo local que o do assassinato, em frente ao quiosque. O Partido da Causa Operária, como sempre buscamos fazer, levou as palavras de ordem da luta política do momento, e da questão central do ocorrido. Isto é, de onde vem a morte brutal de um trabalhador, ocorrendo à luz do dia de maneira tão natural, se não do que ocorre diariamente nas favelas e periferias, como na recente ocupação da favela do Jacarezinho pela Polícia Militar? O que faz com que essas mortes sejam uma verdadeira rotina se não as torturas e assassinatos denunciados pela militância das favelas, por exemplo? Levamos a questão central: Fim da polícia militar já!

Polícia militar, inimiga de todos os trabalhadores. Foto: DCO

Com a faixa já tradicional no Rio de Janeiro, a faixa do coletivo João Cândido, colocando o “Fim da polícia militar já!”, e a Bateria Popular Zumbi dos Palmares, fizemos nossa intervenção no ato, contra a política de despolitização da burocracia, de buscar desnortear as bases e o povo indignado que compareceu. Não acabou, tem que acabar! Eu quero o fim da polícia militar! e Chega de chacina! Eu quero o fim da polícia assassina! Foram ouvidos e chamados, mais para o fim do ato, chamados por nós e pelos militantes que lá estavam, já revoltados e expressando sua oposição natural ao aparato repressivo, ocasionalmente tais chamados foram puxados inclusive pelo carro de som. Apesar de em local com acesso um tanto difícil, o ato teve presença de várias organizações e chegou a somar mais de 1000 pessoas, chegou também a ter um momento de tensão com a polícia, próximo ao quiosque, que estava fechado.

A pauta do ato, e aí se estabelece uma polêmica, definida pela esquerda pequeno burguesa, apontou para a despolitização com palavra de ordem única, que deu nome ao ato: “Justiça para Moïse”. Quando um militante de base olha para essas palavras, pode até pensar que é parar se resolver a situação, de fato, mas na boca da burocracia, o que se quer dizer é: o caso deve se resolver através do judiciário, da polícia, do aparato de repressão. Ou seja, a prisão do dono do quiosque seria a solução, por exemplo, sem política alguma para resolver o problema do negro trabalhador.

No início da manifestação, quando estava mais cheia de organizações da esquerda pequeno burguesa, é importante destacar, diversos movimentos negros identitários monopolizaram as falas no carro de som, indicando que o problema seria que os negros são mortos mas, curiosamente, não falaram quem estaria matando os negros, uma forma de evitar colocar que uma pauta real e essencial do negro é o fim da polícia. Segundo esses coletivos e organizações, muitas das quais financiadas pelo imperialismo, como vimos denunciando, o problema seria o racismo, a ideia. Não a realidade concreta que coloca que a vida do trabalhador negro de nada vale, como através da chacina no Jacarezinho, que deixou 30 mortos pela polícia civil, ou da chacina em São Gonçalo, em que a polícia militar matou mais 10. Para que a vida do negro tenha valor, não cabe dar combate a quem mata o negro, basta dizer: “vidas negras importam”, segundo o identitarismo. Para que o negro tenha poder sobre seu próprio destino, não cabe colocar a pauta do armamento dos trabalhadores, e sim dizer: “poder ao povo preto”. Para que a polícia não mate nas favelas: “parem de nos matar”.


Todas essas palavras de ordem tem uma coisa em comum: não apontam para uma luta real, concreta. Não apontam como avançar. É normal que palavras de ordem confusas surjam no seio da classe operária, no ato muito se ouviu “Justiça!”, mas é papel das organizações operárias colocar a política nesses casos, a luta pelo poder, a forma de a classe operária avançar. A função das organizações operárias é levar adiante a luta do conjunto dos trabalhadores, contra a burguesia, seu aparato de repressão e a exploração. No ato do último sábado, dia 5 de fevereiro, foi isso que fez o PCO.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.