O último período demonstra a exaustão e a completa incapacidade do regime político burguês em apresentar uma alternativa duradoura diante da crise. O fracasso do governo Bolsonaro, detrás do qual a burguesia unificou-se para atacar em seu proveito as já miseráveis condições de vida da população trabalhadora ao longo de todo o processo do golpe de estado no Brasil, representa um sintoma claro da incapacidade da burguesia e de seus partidos de debelarem a crise política do regime e do Estado burguês que não para de crescer desde a falência do regime militar.
A base desta situação está na impotência do atual regime democrático em debelar a crise econômica. Diante desta, a burguesia não encontra outras “soluções” que não sejam aplicar os “planos” econômicos ditados pelo imperialismo que impõem uma miséria cada vez maior à população trabalhadora, um crescente retrocesso econômico, através da expropriação dos explorados e do próprio Estado para garantir os lucros dos grandes banqueiros e capitalistas internacionais e uma menor fatia para o grande capital nacional.
É nesse cenário que a categoria bancária estará, no próximo período, inserida no processo de lutas para a sua campanha salarial, que foi antecipada, começando por seus congressos, marcados para se realizarem já no mês de maio.
Os ataques desferidos pelos banqueiros e seus governos aos trabalhadores bancários são gigantescos, comparável, apenas, à famigerada era do governo de FHC (PSDB), na década de 1990, quando a categoria permaneceu oito anos com os salários congelados, e houve a demissão em massa de trabalhadores.
Nesse sentido, é de fundamental importância que a pauta de reivindicações dos bancários, seja uma plataforma de luta que mobilize toda a categoria, com o objetivo de enfrentar a ofensiva reacionária da direita golpista, dentre elas: reposição integral das perdas salariais. Os governos da burguesia têm como política descarregar todo o ônus da crise nas costas dos explorados. Os sucessivos planos não fizeram outra coisa senão retroceder aos mais baixos patamares históricos os salários da esmagadora maioria dos trabalhadores.
Contra o roubo e o congelamento dos salários é preciso exigir a reposição das perdas salariais e a recomposição dos salários, que hoje se encontram em patamares ultra rebaixados. 100% de reposição; um salário de ingresso de acordo com as necessidades de uma família de trabalhadores, que assegure as necessidades elementares desta família: moradia, alimentação, vestimenta adequada, educação, cultura, lazer, transporte, saúde, limpeza, higiene etc., que não poderia ser menor que 6 mil e 500 reais; estatização do sistema financeiro: contra a agiotagem dos capitalistas que concentram em suas mãos não só os meios de produção, mas também o capital financeiro, impondo sua vontade sobre o conjunto da economia. É necessário que se lute pela estatização do sistema financeiro sob o controle dos trabalhadores; estabilidade no emprego: chamar a mobilização contra a calamidade do desemprego dos bancários que, só no ano de 2020, jogou no olho da rua mais de 36 mil bancários.
As reivindicações específicas da categoria devem estar umbilicalmente ligadas às questões políticas gerais, com o objetivo de derrotar o golpe de Estado materializado no palco das eleições gerais deste ano, com as palavras de ordem que unifiquem a classe trabalhadora: Fora, Bolsonaro e todos os golpistas; Lula Presidente, por um governo dos trabalhadores.