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Bancários

A quem serve a antecipação da campanha salarial?

Na prática, levaria apenas a que não fosse feito em junho o que não seria feito em setembro

A Campanha Salarial dos bancários foi antecipada de setembro para junho.

A primeira coisa que se deve considerar é a justificativa das direções sindicais dos bancários que, na prática, se resume a se contrapor a uma decisão burocrática dos governos golpistas. Segundo a explicação do Comando de mobilização, “decidiu-se pela antecipação das atividades porque a reforma trabalhista, feita pelo governo Temer após o golpe de 2016, acabou com a ultratividade, e isso significa que se a categoria não renovar a convenção até o dia 30 de agosto, quando o atual perde a validade, poderá perder os direitos e os benefícios fundamentais já conquistados”. (site Contraf/CUT 18/02/2022)

Na verdade, o que está por trás de tal justificativa é que vem “eleição” aí e, melhor fazer logo campanha salarial da categoria.

Deixando de lado que muito desses que defendem isso são aqueles que mais pregam que “Sindicato é uma coisa e Partido é outra” –  e se é assim, por que deveriam subordinar a campanha salarial ao calendário eleitoral? E por que seria ruim a campanha salarial dos bancários coincidir com as eleições? Não seria o contrário, não seria até melhor, as condições não seriam mais propícias, até porque a demagogia vai a mil? – , para os bancários o problema não é calendário. No ano passado não houve eleições e também não houve campanha.

Antecipar a campanha por antecipar, na prática, levaria apenas a que não fosse feita em junho o que não seria feito em setembro. Com efeito, tanto faz junho, julho, agosto, setembro etc., quando não há nada de luta agora, hoje de fato, contra os mais ferozes planos dos banqueiros e seus governos que ousaram lançar, desde o famigerado governo de FHC (PSDB), contra os trabalhadores e a população; quando não se organiza de imediato uma campanha contra as demissões, que se encontram em uma escala jamais vista; quando se desperdiça tempo, recursos e certamente a paciência da categoria bancária com consultas, plebiscitos etc., para saber se as pessoas aceitam ou não trabalhar de graça, ou coisas que o valham.

Razões mais que suficientes para uma campanha já existem hoje, e nesse sentido não é preciso esperar por setembro ou mesmo junho. Não é que uma campanha deva ser antecipada, é que as campanhas não poderiam parar, teriam que ser permanentes (ou a burocracia sindical acredita candidamente, confundindo a situação do bancário com a dela, que estamos vivendo no melhor dos mundos?).

Dessa forma, o problema não está em antecipar ou não a campanha de setembro para junho, porque com a atual política das direções sindicais, seja em setembro, seja em junho, qualquer campanha está de antemão fadada ao insucesso.

A questão é outra, portanto, que está na mudança de postura das direções que, nos últimos períodos vem renegando os métodos próprios de luta dos trabalhadores ante as reivindicações mais elementares dos bancários, confinando-se em “negociações” intermináveis e, em muitos dos casos até inúteis. Para uma campanha salarial hoje, em junho, em agosto, em setembro ou em qualquer época ou dia, não precisa nem pedir licença para começar. Basta querer começar.

Vamos relembrar o que é uma campanha salarial, por que é simples: apresentar a pauta (as necessidades e reivindicações são mais do que sabidas e conhecidas), divulgar a pauta, debater tudo democraticamente nos boletins, tirar cartazes de campanha (depois colar é claro), reuniões por local de trabalho, comandos de luta/greve, assembleias gerais unificadas. Motivos para os bancários é que não faltam, mobilização e disposição para lutar. Com certeza que a categoria, penhorada, responderá com muito ânimo e luta.

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