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lançou 30 unidades

Aumenta a adesão à greve petroleira: todo o apoio, Fora Bolsonaro!

Mobilização cresce e a consciência de que a luta não diz respeito a pautas restritas e imediatas. A greve deve levar à mobilização geral contra o governo do desmonte.

No dia 1º de fevereiro, petroleiros iniciaram uma greve por tempo indeterminado.

Entre outras coisas, a categoria cobra a suspensão do fechamento da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen ) e das quase mil demissões decorrentes de seu fechamento[1].

Hoje já são mais de 30 unidades, entre refinarias, termoelétricas e terminais, que aderiram ao movimento grevista. A greve já alcança pelo menos 12 estados.

Apesar disso, as ações propostas até o momento, nas diversas unidades, parecem carecer de orientação política. A FUP age como se a questão fosse apenas salarial ou descumprimento de um Acorto Coletivo de Trabalho e não de um projeto de desmonte da própria Petrobrás que, obrigatoriamente, visando sua privatização, passa pela redução do quadro de funcionários, na redução salarial, na desobrigação do Estado e da Estatal com seu corpo funcional, o que inclui Plano de Cargos e Salários, aposentadoria, jornadas de trabalho etc.

Todo apoio deve ser dado aos petroleiros, todo repúdio deve ser feito à violência contra os grevistas, às tentativas de intimidação e de sufocamento da greve por meio de cárcere privado, corte de água, de luz, proibição de entrada de alimentos e medicamentos onde houve ocupação pelos trabalhadores. No entanto, é urgente que seja feita uma avaliação realista e que se direcione a greve para o fundamental.

Não se trata apenas da Petrobrás, nem de um Acordo Coletivo, nem apenas do fechamento de uma fábrica, mas de um projeto de governo que visa a, finalmente, acabar com a maior empresa brasileira, uma estatal brasileira fundamental para a economia do país e para sua soberania.

A mobilização de movimentos sociais em apoio à greve e contra as arbitrariedades do governo contra os trabalhadores mostra que essa greve tem um potencial enorme de gerar outras mobilizações e, quiçá, de outras greves. Isso, por si só, indica também que os trabalhadores têm claro que o problema não é setorial ou direcionado, mas é de todos os trabalhadores, de todos os movimentos sociais, de todos os cidadãos, e esse problema é o próprio governo e sua política de destruição do país.

Não é a mudança de um dirigente da estatal que vai resolver o problema, assim como não a demissão do Ministro da Educação ou do Meio Ambiente que vai mudar a política de entrega do País. Não será suficiente trocar o Ministro das Relações Exteriores, nem o Ministro da Economia, se a política de submissão do País e de retirada de direitos e entrega dos recursos nacionais a empresas estrangeiras não for detida.

O governo Bolsonaro e tudo que ele representa tem que ser detido, tem que ser destituído.

Que mais e mais trabalhadores adiram à greve que logo se ultrapasse os 10 mil grevistas, que os movimentos sociais[2] se incorporem à luta e deem suporte aos grevistas, que sejamos capazes, porém, de não apenas mostrar ao país e alhures a dimensão e a importância da greve, como de esclarecer que se trata de uma luta contra o próprio governo.

Ontem já eram 13 as plataformas que aderiram às orientações do sindicato e não estão fazendo a substituição de turnos. Também a Transpetro aumenta a adesão dos trabalhadores nos terminais (Cabiúnas, em Macaé (UTGCAB, Guarulhos, São Paulo, e Terminal Terrestre de Itajaí (TEJAÍ), em Santa Catarina).

No Rio de Janeiro, a Comissão de Negociação Permanente da FUP segue, desde o dia 31 de janeiro, na ocupação de uma sala na sede da Petrobrás. A direção da Petrobrás cortou energia elétrica, água e, como já ressaltado, entrada de alimentos e até medicamentos, mas com a pressão dos sindicatos, de movimentos sociais e parlamentares, e determinação a Justiça, a empresa teve que liberar comida e água mineral para os diretores da FUP que integram a Comissão Permanente de Negociação [3].

O que está em questão é a tentativa de  desmontar e entregar para a iniciativa privada, estrangeira inclusive, uma das principais empresas nacionais, a tecnologia de ponta de que é portadora e que foi obtida com muito investimento. A importância da Petrobrás diz respeito à sua capacidade de impulsionar o desenvolvimento mesmo da indústria nacional, coisa que os entreguistas não querem mais para o país.

Que essa greve possa impulsionar a classe trabalhadora como um todo a direcionar seus esforços contra os governos de viés ultraliberal, cuja política de ampliar a exploração dos trabalhadores e a entrega das riquezas nacionais deve ser enfrentada também politicamente.


NOTAS:

[1] Embora os petroquímicos e petroleiros já estejam acampados em frente à Fábrica, em Araucária (SC) há mais de duas semanas.

[2] Até o momento, no Paraná, o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), o Movimento dos Sem Terra (MST), vários movimentos de estudantes, o Levante Popular da Juventude, a União da Juventude Socialista (UJS), a União Nacional dos Estudantes (UNE), o Movimento Negro Unificado (MNU), a Central de Movimentos Populares (CMP), entre outros, já se somaram à mobilização. Desde o dia 03 de fevereiro, também os familiares se juntaram a uma vigília em apoio aos grevistas.

[3] 37 trabalhadores foram impedidos de sair da Refinaria Gabriel Passos (Regap/MG) desde a noite de sexta-feira (31/01), sob ameaça de demissão por abandono de emprego. A empresa queria impedir os petroleiros de participar da greve contra fechamento da Fafen-PR. Somente depois de quase 50 horas, os petroleiros de MG foram libertados de cárcere privado.

 

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