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Dia de luta do trabalhador

1º de Maio tem que mobilizar, não ser um balde de água fria

Política das organizações e das direções de desmobilização é o caminho para a derrota

Está se aproximando a data mais importante do ano para o movimento operário, o Primeiro de Maio. Espera-se que as atividades neste dia sejam no sentido de impulsionar uma grande mobilização, ainda mais no período em que vivemos – sob o governo de Bolsonaro e outros golpistas que se apossaram do poder pela derrubada de uma presidenta de esquerda e pela prisão do maior líder popular do país.

No entanto, não é isso que se vê. As convocações dos atos apresentam uma série de erros que tornam muito difícil manifestações cheias de trabalhadores com uma pauta combativa de enfrentamento com a direita golpista. Além disso, é a oportunidade perfeita para lançar com tudo a campanha por “Lula presidente”, o principal candidato da luta contra o golpe no momento atual. 

Um exemplo dessa política é a escolha do local do ato em São Paulo, será na Praça Charles Miller, em frente ao Estádio do Pacaembu. Trata-se de um dos piores locais da cidade para se fazer uma manifestação – é de difícil acesso e longe do centro, além de ser em um bairro de classe média alta. Será um ato quase “escondido” dos olhos do público. Isso sem falar no fato de que são muito pouco divulgadas as participações de figuras políticas no ato, só se fala nos shows que irão ocorrer. A participação de centrais sindicais e pelegas na organização da atividade e a possibilidade da aparição de Geraldo Alckmin e Paulinho da Força – figuras execradas por toda a classe trabalhadora – também não animam ninguém. 

Outros atos apresentam um cenário ainda pior. No Rio de Janeiro, a localização do ato é igualmente ruim e ainda não foi divulgada nenhuma programação para a atividade. Trata-se de um ato quase “secreto”, sobre o qual ninguém sabe nada. Em Belo Horizonte, capital do terceiro estado mais importante do país, não há nada marcado, será apenas uma missa. 

O chamado para os atos também é vago e não apresenta nenhuma proposta política clara para as manifestações. Os atos seriam por “emprego, direitos, democracia e vida”. Isso em pleno ano de eleição, onde os atos deveriam, principalmente, chamar pela defesa da candidatura de Lula. Inclusive, seria importante que Lula estivesse presente no ato de São Paulo para falar à militância, de modo a animar todos que irão passar o resto do ano em campanha para ele. 

Enquanto isso, Bolsonaro mobiliza os seus

Tudo isso é o exato oposto do que vem fazendo Jair Bolsonaro, o segundo candidato mais cotado para a presidência da república e líder da extrema-direita brasileira. Os bolsonaristas irão realizar, em pleno 1º de maio, que é uma data da esquerda, um ato na Avenida Paulista, local que deveria ser ocupado pela esquerda na data, com uma pauta altamente incendiária – o ato será “pela liberdade de Daniel Silveira, em defesa da Constituição”, chamada que anima a militância bolsonarista, que se sente injustiçada e perseguida pelo STF e irá sair às ruas para lutar contra isso. É algo semelhante ao que Bolsonaro fez no 7 de setembro do ano passado: um ato para sua militância. Ele reconhece que, mesmo sendo presidente, ele precisa de seu setor mais ativo para fazer a campanha. Nas redes, é possível ver diversos chamados para pessoas fazerem caravanas e pegarem ônibus de diversas cidades do Brasil até São Paulo para participar do ato da direita. Enquanto isso, a esquerda faz uma convocação difusa para um local quase impossível de acessar para a maior parte da população.

É algo muito semelhante com a desmobilização provocada pela colocação de Geraldo Alckmin na candidatura a vice. Um vice que era, até ontem, considerado como um inimigo para a militância e para a classe trabalhadora e que agora a direção do PT procura apresentar como um novo “companheiro”, algo muito difícil de funcionar. Bolsonaro, por outro lado, aponta para um vice com o qual sua militância tem grande identificação, o general Braga Netto. Se Lula tivesse chamado um vice do MST ou da CUT, seria uma indicação para sua militância de que ele iria radicalizar nas próximas eleições, mas ele está parecendo querer indicar o exato oposto. 

Justamente por esse cenário, é preciso que o Bloco Vermelho e os setores mais combativos compareçam em peso ao ato de Primeiro de Maio, com suas faixas, bandeiras e camisetas, gritando “Lula Presidente” e apontando uma política verdadeiramente combativa para a data comemorativa mais importante do ano.

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