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Degenerescência cultural

“tick, tick… BOOM!” e a decadência do imperialismo

“A putrefação do capitalismo significa a putrefação da sociedade contemporânea, com suas leis e sua moral”

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Há algumas semanas, o serviço de streaming Netflix lançou um filme intitulado “tick, tick… BOOM”. Dirigido por Lin-Manuel Miranda, o musical conta a história de Jonathan Larson, jovem que ficou marcado na história dos musicais da Broadway com sua obra “Rent”.

Afora qualquer consideração ou crítica acerca da película em si, digna de nota é a forma pela qual o filme retrata a vida de Larson. É uma história já muito contada: um jovem – com um sonho – é levado à beira da loucura após dedicar todo o seu tempo à arte. Entretanto, é preciso tirar a conclusão certa desta narrativa.

Em “tick, tick… BOOM!”, o rapaz possui um dilema: compor ou trabalhar? Vamos pensar. Primeiro, é preciso viver para compor. Além disso, é preciso comer para viver e, ademais, é preciso trabalhar para comer. Logo, Larson escolhe trabalhar para, assim, conseguir concluir a sua obra que, com muita sorte, fez sucesso.

Trabalhar, comer, viver e compor. Trabalhar, comer, viver e compor. Trabalhar, comer, compor e, somente então, viver?

O ponto central é que quem nos obriga a escolher entre essas opções é o imperialismo. O raciocínio é evidente: como desenvolver a cultura se é preciso se preocupar com o sustento do próximo dia? Finalmente, como ter qualquer tipo de perspectiva quando a sociedade está, crise após crise, mancando em suas pernas gangrenadas?

Como coloca Leon Trótski, em A Moral Deles e a Nossa, “a putrefação do capitalismo significa a putrefação da sociedade contemporânea, com suas leis e sua moral”. Como consequência disso, a cultura sofre, e muito. Em sua maioria, músicos possuem apenas uma opção: trabalhar em algum outro setor por tempo integral, levando a música apenas como um hobbie. Como desenvolver algo desta maneira? Como inovar? Como aprimorar sua criação? Sem sorte e realizações verdadeiramente trabalhosas, simplesmente impossível.

Todavia, é preciso notar a beleza da vida, a beleza do homem. Apesar de tudo, apesar de todo o peso que o imperialismo derruba sobre as costas dos trabalhadores, apesar da miséria, da fome, da destruição, a cultura – e, nesse sentido, a humanidade – sobrevive. E mais! Não só sobrevive, como também floresce.

O fato é que, coletivamente, a cultura se desenvolve, resultando nas mais belas criações. Aqui no Brasil, não faltam exemplos. O samba, inevitavelmente, sendo o mais popular deles. Entretanto, mesmo assim, a burguesia não guarda esforços para aniquilar a cultura popular. Mas, mais uma vez, o povo e a cultura popular triunfam.

Voltando para o filme, nos é entregue um final trágico. Larson, à regalia do sistema de saúde norte-americano, morreu um dia antes da primeira exibição de “Rent”. Por sorte, ele finalizou sua obra. Entretanto, quantos artistas não o fizeram? Quantos não conseguiram sequer pensar em sua arte em decorrência do capitalismo e da decadência que ele inflinge sobre nós?

Quantos Mozarts deixaram de vir aos nossos ouvidos? Quantos Van Goghs deixaram de tocar nossos olhos? E tudo isso a custa de quê? De alguns indivíduos que fazem da morte o seu sustento. A conclusão que deve saltar aos nossos olhos frente a esse tipo de coisa não pode ser outra senão “Absurdo!”. Pois, de fato, o é.

No fim, a única forma de atingirmos um desenvolvimento pleno da cultura é por meio do socialismo. Afinal, segundo algumas estimativas, é possível que toda a população mundial trabalhe por apenas 2 horas por dia sob um regime econômico socialista de forma a garantir o desenvolvimento da humanidade. O restante? Disponível para absolutamente qualquer outra coisa.

E por que não?! Por que devemos nos privar de tal sonho? Como disse Trótski, “a vida é bela. Que as futuras gerações a livrem de todo mal e opressão, e possam desfrutá-la em toda sua plenitude”. E a ordem do dia não pode ser outra senão essa.

A libertação dos povos e, consequentemente, a libertação da cultura, se dá, em sua forma mais completa, por meio da revolução operária. Caso contrário, a arte, em toda a sua extensão, permanece trancada, presa. 

E mais: se o samba, o jazz, o blues, o rock, o baião são as maravilhas que são apesar de terem sido desenvolvidos em meio ao imperialismo, o que seria da arte sem este entrave? É algo que só podemos imaginar. A humanidade ainda há de alcançar o paraíso do comunismo, onde a vida é a mais bela possível e os prazeres os mais plenos possíveis.

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